CAMPANHA DA FRATERNDIDADE

7. ECONOMIA E BEM COMUM

A economia deve estar voltada para o bem comum. Mas precisamos entender bem o que isso quer dizer, principalmente quando vivemos em uma sociedade de privilégios como a nossa, na qual a condição econômica é o fator determinante da desigualdade social.

O bem comum significa um conjunto de condições que possibilite a todos os membros de uma comunidade a vida digna, promovendo o crescimento e a participação na atividade social, política, econômica e cultural em igualdade de condições. O papa Pio XII afirmou que a riqueza de uma nação se mede com base não na quantidade de recursos disponível, mas na qualidade de vida do povo.

Isso significa que todos devem ter uma vida digna e a possibilidade real de acesso aos bens necessários para tal, o que implica justiça, estabilidade e segurança. O bem comum envolve todos os membros da comunidade, os quais devem cooperar com ele e participar da sua construção, assim como usufruir de todos os bens decorrentes da sua conquista.

Nesse processo, o Estado tem importância fundamental, uma vez que o zelo pelo bem comum é de sua responsabilidade e é a razão de ser das autoridades legitimamente constituídas. A democracia, legitimamente exercida pela sociedade organizada, é o caminho mais viável para a conquista do bem comum.

A referência para a conquista do bem comum não é o aspecto econômico como fim em si mesmo, mas, sim, a pessoa humana como centro de todas as coisas, tendo como fundamento a sua dignidade e seus direitos. Isso deve concretizar-se nos relacionamentos humanos por meio da caridade, que vence o egoísmo e nos leva a descobrir a importância das pessoas na vida comunitária, e por meio da justiça, que promove o reconhecimento e o respeito dos direitos individuais e sociais.

Pe. José Adalberto Vanzella

(Secretário-executivo da CF)

TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”