“Que nos mova o medo de nos encerrarmos nas
estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em
juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá
fora uma multidão faminta; e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Vós mesmos, dai-lhes
de comer’ (Mc 6, 37) – Papa
Francisco.
Bem-vindos
caros irmãos e irmãs em Cristo, paz!
Neste dia festivo, de gratidão a Deus pelos 09 anos de
nossa Paróquia, com o coração alegre podemos dizer que nossa Comunidade é
missionária.
Mas
ainda temos muito o que avançar. Sempre tem. Neste sentimento de pertença e de
esperança de continuarmos avante sempre, e neste ano Santo da Misericórdia, trataremos
hoje sobre o capítulo 1 do Documento 100 da CNBB - COMUNIDADE
DE COMUNIDADES: uma nova paróquia - A conversão pastoral da paróquia,
onde podemos ver a expressão “sinais dos tempos”. E sob qual contexto essa
expressão é abrangida? Ela é baseada nos evangelhos de Mateus e Lucas e foi
empregada por São João XXIII para nos lembrar que Jesus deu voz e vez aos
pobres, às mulheres, aos doentes, aos mais necessitados, e possui uma conotação
pastoral, pois aponta para a urgência da ação da comunidade cristã frente às
mudanças pelas quais a sociedade passa e os desafios que essas mudanças trazem.
Neste capítulo também vemos a expressão
“conversão pastoral”. Ela remete, acima de tudo, a uma renovada conversão a
Jesus Cristo: pessoal e comunitária. Há muitos batizados que não fizeram um
encontro pessoal com Jesus Cristo. A conversão pessoal e a pastoral
andam juntas, pois se fundam na experiência de Deus realizada por pessoas e
comunidades.
Apontamos no material anterior que o
progresso científico permitiu sim o acesso a tecnologias que auxiliam no nosso
dia a dia. Mas com ele veio também uma transformação na ordem do ser humano, o
qual precisa construir sua personalidade e sua identidade social para ser visto
no mundo atual, o que favorece o individualismo. Desta forma, os vínculos
comunitários se enfraquecem, havendo o crescimento da indiferença pelo outro,
pelo seu sofrimento, pelo seu modo de viver a vida e as coisas de Deus. Não
somente as coisas se tornaram mais descartáveis, mas o ser humano de certa
forma também.
Vejam o que Papa
Francisco fala sobre a “cultura do descartável”, na Evangelii Gaudium:
“O ser humano é considerado, em si mesmo,
como um bem de consumo, que se pode usar e depois jogar fora. Já não se trata simplesmente
do fenômeno de exploração e opressão, mas duma realidade nova: com a exclusão,
fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive
nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos
não são explorados, mas resíduos, sobras”.
A busca por curas e por prosperidade
propiciou o crescimento de novos grupos religiosos ou aqueles que se declaram
sem religião; acreditam em Deus, mas não querem laços de pertença com uma
comunidade religiosa. Fiéis católicos frequentam, por vezes, outras formas de
cultos, para buscar conforto às suas dificuldades. Falta o testemunho do
Evangelho por parte dos cristãos. Não só com palavras, mas com atitudes. Um bom
cristão procura ser um bom pai, uma boa mãe, um bom marido, uma boa esposa, um
bom filho, um bom vizinho, um bom trabalhador.
TATIANE BITTENCOURT