O evangelho deste domingo
inicia-se com as palavras “no primeiro dia da semana”. Isso exprime a nova
realidade que começa com a ressurreição de Jesus, a nova criação que principia.
A Páscoa é o começo de um novo tempo, a passagem de um modo de viver para outro
melhor; é sair da situação de pecado e escravidão até chegar a terra da
promessa, onde a vida floresce. No evangelho de hoje, os verbos de movimento –
ir, correr sair, entrar – dão justamente essa ideia. A vida nova que brota da
ressurreição não sobrevém de forma mágica, mas é algo que buscamos e queremos
construir, iluminados e fortalecidos pela luz do Ressuscitado.
Sabemos que custa muito viver
como “ressuscitados”, aceitar converter-nos em novas criaturas. Maria Madalena
madrugou, correu e atingiu o objetivo. Ao anunciar a boa-nova, produziu
dinamismo em Pedro e no “outro discípulo”. Ela também é símbolo da nova
comunidade que ainda não acredita muito, mas não se acomoda diante das dúvidas
e incertezas e por isso vai em busca de esclarecimento e solução.
Os poderes da morte tentam
sufocar a vida, matando seu defensor mas a vida venceu a morte, enchendo de
alegria e esperança a comunidade cristã. Apesar disso, a morte continua agindo
até que “tudo seja cumprido”. O pecado acompanha a humanidade no decorrer da
história.
Por outro lado, quem crê na
ressurreição, quem procura remover a pedra que esconde os sinais da
ressurreição e se dispõe a acreditar no “horizonte do aparentemente impossível”,
torna-se agente de mobilização, rechaçando a realidade desumanizadora e
promovendo um mundo melhor para todos.
A ressurreição de Jesus mostra a
vida ressurgindo como valor supremo e universal, superando todas as barreiras
que a limitam e mutilam. Cristo, com a ressurreição, entrega-nos um mundo novo
e nos recomenda não retornar ao passado, mas cortar os vínculos com o velho
mundo de egoísmo, divisões e intolerância.
Pe. Nilo Luza, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO "O DOMINGO"
31/03/2013