Na tentativa de continuar a obra de Jesus, a Igreja vai procurando saídas para os impasses que se apresentam. Tenta falar uma linguagem mais adaptada ao homem atual. Tenta estabelecer diálogo com ele. Mas, diante de tantos problemas, os discursos são múltiplos e a voz da Igreja não ressoa mais unívoca como antes. A boa-nova de Jesus ganhou uma expressão plural, na tentativa de melhor se comunicar com os sujeitos eclesiais que se apresentam no interior das comunidades cristãs.
Diante de tantos discursos que coexistem no interior da Igreja e até se entrelaçam às vezes, multiplicam-se as iniciativas pastorais. Cada pastor, cada líder recorre aos meios que lhe parecem mais adequados para responder aos desafios e questionamentos que se manifestam no momento. Resulta disso um quadro de perplexidade geral. E as perguntas proliferam.
Como acolher o homem atual, homem sofrido? Ele já não aceita mais um ambiente fechado, que lhe seja indiferente, que não se compadeça de suas angústias. Um ambiente frio e indiferente, autoritário como antes, não tem mais identificação com o católico que procura a Igreja. Quem vem sofrido à procura de consolo não quer ser tratado como uma massa anônima. Quer ser conhecido pelo nome, reconhecido por sua comunidade eclesial.
Como oferecer a ele o consolo e o conforto de que precisa? Não basta somente acolher bem, fazer uma ficha com o nome dos freqüentadores da paróquia ou das famílias. Quem vai até a comunidade de fé em busca de conforto quer sair de lá com mais esperança, com mais força para enfrentar os problemas da vida. Na maioria das vezes, essas pessoas sabem que não há uma solução mágica para seus problemas. Querem apenas ser ouvidas, acolhidas, confortadas. Como dar este conforto? Estará a comunidade de fé preparada para oferecer tal alento a essas pessoas sofridas?
Como mudar a realidade marcada pela opressão e pelos desmandos da injustiça e da corrupção? O que pode ser feito? Se o problema é grande demais, extrapolando o alcance das mãos dos pequeninos, não será possível fazer algo? Diante da impunidade geral e do escândalo da pobreza, os católicos esperam uma iniciativa da Igreja. Eles sabem que não acontecerá um milagre e que nem tudo se fará novo pela simples palavra libertadora que a Igreja anuncia. Mas também eles não admitem mais omissão. É preciso pensar globalmente, conhecer os problemas, e, pelo menos, agir localmente. Qualquer cristão fica estarrecido diante de tantas injustiças e explorações, presentes em pequenas comunidades de maioria católica. A configuração cristã não lhes tem oferecido saídas para esses impasses apresentados. Ao contrário, algumas vezes, opressões e injustiças são justificadas em nome de Deus.
Como enfrentar o pluralismo e a pressão das outras correntes religiosas? Como conviver com o proselitismo dos pequenos grupos religiosos? Frente ao pluralismo religioso, os fiéis se perdem e não sabem mais distinguir sua fé. O que aconteceu no tempo da Reforma foi elevado à máxima potência. São tantos grupos, são tantas as doutrinas, que fica difícil para o católico – com pouca formação teológica! – conviver com esta realidade, sem se perder neste mercado religioso. Como formar o católico e que formação dar? Certamente não é só uma formação doutrinal, para que o católico saiba distinguir a fé professada das diversas correntes religiosas que o rodeiam. Mas, sem formação, parece impossível continuar.
Como “fidelizar” os católicos?. Apesar de ser um termo do mundo empresarial, que significa manter fiel o cliente já adepto, esta expressão se tornou freqüente no universo religioso, ganhando espaço inclusive nos documentos da Igreja (cf. Doc. CNBB 45, 204-205). Esta é uma pergunta muito em voga. Diante da dificuldade de conquistar novos adeptos e vendo que as Igrejas ainda estão infladas de pessoas, surge a pergunta: “O que fazer com os católicos que freqüentam as comunidades, para que não desistam dessa adesão?” ou ainda: “Como conter a evasão de fiéis que migram para outras Igrejas?” Aí vêm as idéias mais extravagantes: desde fazer estacionamento nas igrejas e melhorar os assentos dos bancos, até incentivar a comunhão de casais em situação irregular ou benzer as alianças para noivos de segundas núpcias, já que não podem receber o sacramento do matrimônio.
Como fazer pastoral? Que discurso usar? Que catequese implantar? Que modelo de paróquia adotar? Sabe-se que é preciso, mesmo em meio a esse turbilhão de inseguranças, fazer algo. As comunidades, mesmo confusas, não se sentem no direito de cruzar os braços e parar seu trabalho. É preciso continuar pregando, anunciando, falando de Jesus e do seu Reino. Então, ora se tenta um modelo, ora outro, mas sempre se fica à espera de um discurso mais apropriado, de uma formação mais eficaz, que ajude a enfrentar o quadro complexo que se apresenta.
Quanto maior a perplexidade, mais o católico de boa vontade percebe a urgente necessidade de tomar uma providência, ainda que a solução encontrada não contemple todos os problemas percebidos. Para múltiplas perguntas, respostas diversas. Surgem inúmeros esforços, que giram em torno da valorização de alguns pontos importantes da vida eclesial. No próximo número falaremos sobre alguns deles.
Diante de tantos discursos que coexistem no interior da Igreja e até se entrelaçam às vezes, multiplicam-se as iniciativas pastorais. Cada pastor, cada líder recorre aos meios que lhe parecem mais adequados para responder aos desafios e questionamentos que se manifestam no momento. Resulta disso um quadro de perplexidade geral. E as perguntas proliferam.
Como acolher o homem atual, homem sofrido? Ele já não aceita mais um ambiente fechado, que lhe seja indiferente, que não se compadeça de suas angústias. Um ambiente frio e indiferente, autoritário como antes, não tem mais identificação com o católico que procura a Igreja. Quem vem sofrido à procura de consolo não quer ser tratado como uma massa anônima. Quer ser conhecido pelo nome, reconhecido por sua comunidade eclesial.
Como oferecer a ele o consolo e o conforto de que precisa? Não basta somente acolher bem, fazer uma ficha com o nome dos freqüentadores da paróquia ou das famílias. Quem vai até a comunidade de fé em busca de conforto quer sair de lá com mais esperança, com mais força para enfrentar os problemas da vida. Na maioria das vezes, essas pessoas sabem que não há uma solução mágica para seus problemas. Querem apenas ser ouvidas, acolhidas, confortadas. Como dar este conforto? Estará a comunidade de fé preparada para oferecer tal alento a essas pessoas sofridas?
Como mudar a realidade marcada pela opressão e pelos desmandos da injustiça e da corrupção? O que pode ser feito? Se o problema é grande demais, extrapolando o alcance das mãos dos pequeninos, não será possível fazer algo? Diante da impunidade geral e do escândalo da pobreza, os católicos esperam uma iniciativa da Igreja. Eles sabem que não acontecerá um milagre e que nem tudo se fará novo pela simples palavra libertadora que a Igreja anuncia. Mas também eles não admitem mais omissão. É preciso pensar globalmente, conhecer os problemas, e, pelo menos, agir localmente. Qualquer cristão fica estarrecido diante de tantas injustiças e explorações, presentes em pequenas comunidades de maioria católica. A configuração cristã não lhes tem oferecido saídas para esses impasses apresentados. Ao contrário, algumas vezes, opressões e injustiças são justificadas em nome de Deus.
Como enfrentar o pluralismo e a pressão das outras correntes religiosas? Como conviver com o proselitismo dos pequenos grupos religiosos? Frente ao pluralismo religioso, os fiéis se perdem e não sabem mais distinguir sua fé. O que aconteceu no tempo da Reforma foi elevado à máxima potência. São tantos grupos, são tantas as doutrinas, que fica difícil para o católico – com pouca formação teológica! – conviver com esta realidade, sem se perder neste mercado religioso. Como formar o católico e que formação dar? Certamente não é só uma formação doutrinal, para que o católico saiba distinguir a fé professada das diversas correntes religiosas que o rodeiam. Mas, sem formação, parece impossível continuar.
Como “fidelizar” os católicos?. Apesar de ser um termo do mundo empresarial, que significa manter fiel o cliente já adepto, esta expressão se tornou freqüente no universo religioso, ganhando espaço inclusive nos documentos da Igreja (cf. Doc. CNBB 45, 204-205). Esta é uma pergunta muito em voga. Diante da dificuldade de conquistar novos adeptos e vendo que as Igrejas ainda estão infladas de pessoas, surge a pergunta: “O que fazer com os católicos que freqüentam as comunidades, para que não desistam dessa adesão?” ou ainda: “Como conter a evasão de fiéis que migram para outras Igrejas?” Aí vêm as idéias mais extravagantes: desde fazer estacionamento nas igrejas e melhorar os assentos dos bancos, até incentivar a comunhão de casais em situação irregular ou benzer as alianças para noivos de segundas núpcias, já que não podem receber o sacramento do matrimônio.
Como fazer pastoral? Que discurso usar? Que catequese implantar? Que modelo de paróquia adotar? Sabe-se que é preciso, mesmo em meio a esse turbilhão de inseguranças, fazer algo. As comunidades, mesmo confusas, não se sentem no direito de cruzar os braços e parar seu trabalho. É preciso continuar pregando, anunciando, falando de Jesus e do seu Reino. Então, ora se tenta um modelo, ora outro, mas sempre se fica à espera de um discurso mais apropriado, de uma formação mais eficaz, que ajude a enfrentar o quadro complexo que se apresenta.
Quanto maior a perplexidade, mais o católico de boa vontade percebe a urgente necessidade de tomar uma providência, ainda que a solução encontrada não contemple todos os problemas percebidos. Para múltiplas perguntas, respostas diversas. Surgem inúmeros esforços, que giram em torno da valorização de alguns pontos importantes da vida eclesial. No próximo número falaremos sobre alguns deles.
DOUTORANDA EM CATEQUESE E PROFESSORA DE TEOLOGIA BÍBLICA NA PUC-BH
AUTORA DA COLEÇÃO CATEQUESE PERMANENTE DA PAULUS EDITORA COM Pe ORIONE (MATERIAL QUE SERÁ ADOTADO PELA DIOCESE DE LORENA EM 2010)
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