segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Domingo, 27 de dezembro de 2009 - Sagrada Família (Festa)

Primeira leitura: Eclesiástico 3,3-7.14-17a
Quem teme o Senhor, honra seus pais.

Salmo responsorial : Sl 127(128),1-2.3.4-5 (R/. cf. 1)
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

Segunda leitura: Colossenses 3,12-21
A vida da família no Senhor.

Evangelho: Lucas 2,41-52
Jesus foi encontrado por seus pais no meio dos doutores.

Celebramos hoje a festa da Sagrada Família. Os textos da liturgia fazem referência a temas familiares. Na primeira leitura, tirada do livro do Eclesiástico, Bem Sirac, que viveu vários séculos antes de Jesus, dá conselhos a seus filhos. O respeito, a veneração dos filhos para com os pais é coisa agradável aos olhos de Deus, que não deixa de dar a recompensa. Os filhos tenham profundo respeito para com os seus pais e assim também receberão o mesmo respeito e veneração pelos seus próprios filhos. Todos estes conselhos, que ainda hoje são plenamente válidos, parecem insuficientes, pois procedem de uma mentalidade estritamente rural, onde outros aspectos da vida familiar não são levados em conta. Não só é necessário falar hoje do respeito que os filhos devem ter para com os pais, mas da atitude destes em relação aos filhos. Esta insuficiência se torna particularmente notável em momentos como o atual, quando a família enfrenta problemas de perda de suas funções próprias.


Partindo de uma perspectiva cristã, a família continua tendo uma função insubstituível: ser uma comunidade de amor onde os seus integrantes possam abrir-se aos demais com uma total sinceridade e confiança. Deixando de lado alguns conselhos de Paulo, e que são puramente circunstanciais e muito ligados a costumes e mentalidade da época, a exortação à mansidão, à paciência, ao perdão e, sobretudo, ao amor, é algo realmente básico para a família de nosso tempo.


O Evangelho de Lucas fala da perda do menino Jesus no Templo. O texto foi escrito provavelmente há uns 50 anos depois do acontecido. Doze anos é, aproximadamente, a época em que as crianças começam a viver a independência. Para Lucas, esta primeira subida de Jesus a Jerusalém é o presságio de sua subida pascal e por isso, estes acontecimentos precisam ser lidos à luz da morte e ressurreição do Senhor.

A sabedoria de Cristo consistiu, para Lucas, na entrega, desde sua infância, a "seu Pai", mesmo sem saber onde o levaria essa entrega. Porém, nela está incluída certamente a decisão de dar prioridade absoluta ao cumprimento de sua missão. Seus pais não possuem essa sabedoria. Maria parece chegar a pressenti-la. Percebe-se, porém, que seus pais respeitam já em seu filho uma vocação que transcende o meio familiar. E isto é algo muito valioso para cada uma de nossas famílias. A educação dos filhos tem que começar por uma atitude de sincero respeito. Do contrário, é impossível que surjam a compreensão e o amor.


Paulo dá alguns conselhos para a convivência com as outras pessoas. Requer-se humildade, acolhida mútua, paciência. E, se necessário, perdoar. Assim é que Deus age para conosco. Sua atitude deve ser o modelo da nossa (v. 12-13). Porém, "acima de tudo" está o amor, dele temos que nos revestir, diz Paulo, empregando uma metáfora freqüente em suas cartas (v.14). Deste modo "a paz de Cristo" se fará presente em nossos corações (v. 15).


Se o amor é o vínculo que une as pessoas, a paz vai sendo construída como um processo; os desencontros vão desaparecendo (os enfrentamentos também) e as relações se tornam cada vez mais transparentes. Em relação à família humana, esses laços são detalhados no texto do Eclesiástico (3,3-17).


Lucas nos apresenta a família de Jesus cumprindo seus deveres religiosos (vv. 41-42). O menino desconcerta seus pais ficando, por sua conta, na cidade de Jerusalém. Depois de três dias, um lapso de tempo carregado de significado simbólico, o encontram. Segue-se um diálogo difícil, soa a desencontro; começa com uma reprovação: "Por que nos fizeste isto?" A pergunta surge da angústia experimentada (v. 48). A resposta surpreende: "Por que me buscáveis?" (v. 49), surpreende porque a razão parece óbvia. Porém, a segunda pergunta aponta longe: "Não sabíeis que devia ocupar-me das coisas de meu Pai?". Maria e José não compreenderam estas palavras de imediato, estavam aprendendo (v. 50).


A fé e a confiança supõem sempre um itinerário. Enquanto pessoas que crêem, Maria e José amadurecem sua fé em meio às perplexidades, angústias e alegrias. As coisas vão se aclarando aos poucos. Lucas faz notar que Maria "conservava todas as coisas em seu coração" (v.51). A meditação permite que Maria aprofunde o sentido da missão de Jesus. Sua particular proximidade dele não a exime do processo, às vezes difícil, que leva à compreensão dos desígnios de Deus. Ela é a primeira discípula, a primeira evangelizada por Jesus.


Não é fácil entender os planos de Deus. Nem sequer Maria "entende". Porém, três exigências são fundamentais para entrar em comunhão com Deus: Buscá-lo (José e Maria "se puseram a buscá-lo"); Crer nele (Maria é "a que acreditou"); Meditar a Palavra de Deus ("Maria conservava em seu coração").

FONTE: PORTAL CLARET

MARCADOR: "LITURGIA"

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