Bento XVI destacou obediência de Maria a Deus
Sempre obediente à vontade do Senhor, plenamente à disposição do projeto divino, Maria "é a nova Eva, a verdadeira mãe de todos os viventes, isto é, de todos os que pela fé em Cristo recebem a vida eterna".
Bento XVI sublinhou-o ao meio-dia desta terça-feira, 7, na Praça de São Pedro, na alocução pronunciada antes da recitação do Angelus. Estiveram presentes numerosos romanos e peregrinos ali congregados neste dia santo.
Classificando o 8 de Dezembro como "uma das mais belas festas" de Nossa Senhora, o Papa colocou duas perguntas a esse propósito: "Que significa que Maria é 'Imaculada'? E que coisa diz a nós este título?
Uma resposta vem, antes de tudo, dos textos bíblicos da liturgia deste dia, especialmente do grande sopro do terceiro capítulo do Livro do Génesis e da narrativa da Anunciação do Evangelho de Lucas. Depois do pecado original, Deus dirige-se à serpente, que representa Satanás, amaldiçoa-a e acrescenta a promessa: 'Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua, esta te pisará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar'.
É o anúncio de uma desforra: nos primórdios da criação, Satanás parece ter prevalecido, mas virá um filho de mulher, a qual lhe esmagará a cabeça. Assim, mediante a descendência da mulher, o próprio Deus vencerá. Esta mulher é a Virgem Maria, da qual nasceu Jesus Cristo que, com o seu sacrifício, derrotou de uma vez para sempre o antigo tentador".
É por isso que, em tantos quadros e imagens da Imaculada - observou ainda o Papa - , ela é representada no ato de esmagar uma serpente sob os seus pés.
Comentando depois o episódio da Anunciação, prosseguiu Bento XVI, referindo-se à Virgem Maria:
"Ela aparece como a humilde e autêntica filha de Israel, verdadeiro (monte) Sião, em que Deus quer pôr a sua morada. É o rebento do qual deve nascer o Messias, o Rei justo e misericordioso.
Na simplicidade da casa de Nazaré vive o resto puro de Israel, do qual Deus quer fazer renascer o seu povo, como uma nova árvore que estenderá os seus ramos pelo mundo inteiro, oferecendo a todos os homens frutos bons de salvação".
Contrariamente a Adão e Eva – acrescentou o Sumo Pontífice – , "Maria permanece obediente à vontade do Senhor, e é com todo o ser que ela pronuncia o seu sim e se coloca plenamente à disposição do projeto divino":
"É a nova Eva, verdadeira mãe de todos os vivos, isto é, de todos os que, pela fé em Cristo, recebem a vida eterna".
Bento XVI convidou a se dirigir a Maria, quando experimentamos a nossa fragilidade e a sugestão do mal, para que o nosso coração receba luz e conforto. "E no meio das provações da vida, nas tempestades que fazem vacilar a fé e a esperança – acrescentou ainda – recordemo-nos que somos seus filhos e que as raízes da nossa existência se radicam na infinita graça de Deus".
"A própria Igreja, embora exposta aos influxos negativos do mundo, encontra sempre nela a estrela para se orientar e seguir a rota indicada por Cristo. Maria é, de fato, a Mãe da Igreja, como proclamaram solenemente o Papa Paulo VI e o Concílio Vaticano II".
O Papa concluiu recordando que, nesta tarde, junto da imagem de Praça de Espanha, confiará à Virgem imaculada todos e "cada um, as nossas famílias e comunidades, toda a Igreja e o mundo inteiro".
FONTE: CANÇÃO NOVA
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