''Naquele menino, Deus tornou-se tão próximo que podemos tratá-lo por tu,
numa relação de profundo afeto, como fazemos com um recém-nascido''
"No Natal Deus vem sem armas, sem a força, não quer conquistar de fora: faz-se menino inerme para vencer a violência, a soberba, o desejo de poder do homem", afirmou o Papa Bento XVI na Catequese desta quarta-feira, 23.
Ao aproximarmo-nos do Natal, recordou o Papa, a Igreja convida a nos dispor com fervor e simplicidade à celebração do Nascimento do Salvador. "[Deus] Tornou-se verdadeiramente Emanuel - Deus conosco. Naquele menino, Deus tornou-se tão próximo que podemos tratá-lo por tu, numa relação de profundo afeto, como fazemos com um recém-nascido".
"O desejo que todos trazemos no coração é que a próxima festa de Natal nos dê, no meio da atividade frenética dos nossos dias, serena e profunda alegria para nos fazer tocar com a mão a bondade do nosso Deus e nos infunda nova coragem", acrescentou.
O ano litúrgico da Igreja não se desenvolveu inicialmente partindo do nascimento de Cristo, mas da fé na sua ressurreição, recordou Bento XVI. Portanto, a festa mais antiga da cristandade não é o Natal, mas sim a Páscoa.
A Ressurreição fundamenta a fé cristã, está na base do anúncio do Evangelho e faz nascer a Igreja. "Ser cristãos, portanto, significa viver de maneira pascal, fazendo-nos envolver no dinamismo que é originado pelo Batismo e que leva a morrer ao pecado para viver com Deus".
A liturgia do Natal foi se aprimorando com o passar do tempo. A primeira pessoa que afirmou que Jesus nasceu em 25 de dezembro foi Hipólito de Roma, por volta do século III, no seu comentário ao Livro do Profeta Daniel.
Porém, a atmosfera particular que se respira nesta celebração natalina foi favorecida sobretudo por São Francisco de Assis, devido ao especial amor e devoção que este santo professava ao mistério da encarnação do Filho de Deus.
Tomás de Celano, o biógrafo de São Francisco, narra a intensidade com que São Francisco vivia e celebrava a noite de Natal, a partir da maravilhosa experiência que teve diante do presépio de Greccio.
Ao final da Catequese, o Papa Bento XVI saudou os peregrinos em diversos idiomas. Em português, disse:
"Queridos irmãos e irmãs, a tradição natalícia mais bela, que é o presépio, foi criada por São Francisco de Assis, para recordar a todos como Deus Se revela nos ternos braços de um Menino. A sua condição de criança indica-nos como podemos encontrar Deus e gozar da sua presença. É à luz do Natal que melhor se compreendem estas palavras do Senhor: 'Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no Reino dos Céus'. Amados peregrinos de língua portuguesa, a todos desejo um Santo Natal, portador das consolações e graças do Deus Menino, a quem vos encomendo ao dar-vos a minha Bênção".
FONTE:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=275027
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