quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ANO CATEQUÉTICO


21. CATEQUESE E FIDELIDADE À IGREJA

Às vezes os católicos sentem momentos de embaraço, padecem épocas de decepções. Ações, omissões, erros de comunicação nossos e de nossas lideranças podem provocar na Igreja estragos que duram meses, anos, décadas. Muitos então se perguntam: vale a pena continuar a pertencer à Igreja?

A catequese tem o dever de nos recordar sempre que somos discípulos de Jesus. E crer nele não significa adotar um tipo de vida comodamente isolado, mesmo que regido por um bom código moral. Ser verdadeiro discípulo implica a adesão a uma comunidade, a imersão na comunidade de Jesus. Por que? Porque os que ele escolheu para segui-lo caminham juntos. Timothy Radeliffe, brilhante teóloco inglês, ultimamente não cansa de nos recordar um velho adágio latino: Unus christianus, nullus christianus ( um cristão isolado não é um cristão).

Um católico de fibra não abandona a Igreja para seguir outras confissões, desejoso de viver sob um manto de maravilhas – algumas veiculadas como verdadeiros espetáculos no rádio e na televisão – com o pretexto de que nem tudo é virtude entre nós. Jesus nos responde: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9,13). A catequese precisa afirmar que somos mesmo comunidade de pecadores, mas é nosso desejo sincero estar sempre no caminho da conversão, ao lado de Maria e José, de Pedro, Paulo, Mateus, João, Agostinho, Catarina de Sena, Teresa de Ávila...e de incontável multidão de santos. Como dizia Bernanos, “a nossa Igreja é a Igreja dos santos”. Podemos admirar todos os religiosos, cristãos ou não cristãos, e até ateus, orar e trabalhar com eles.

Mas nenhuma catequese deve nos privar do ensino e da convicção de que uma vaga e inconseqüente unidade espiritual não satisfaz o compromisso radical que Jesus nos pede. O próprio Jesus aceitou que, entre os que consideramos os mais santos – os apóstolos - , um deles o traísse; e outro, o chefe do grupo, o renegasse; e no fim quase todos fugissem.

O nosso Bom Pastor uniu santos e pecadores e com eles viveu a mais perfeita união de amor/caridade, a ponto de dar-lhes a sua vida, hoje ao nosso alcance pela mesa da Palavra, do seu Corpo e Sangue, remédio e alimento para a vida da nossa comunidade.

Domingos Zamagna
Texto publicado no folheto “O Domingo”

Marcador: “Ano Catequético”

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