quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ANO CATEQUÉTICO

14. UMA CATEQUESE DE ESPERANÇA

O apóstolo Pedro ensinou que devemos estar sempre preparados para responder a toda pessoa que nos pedir a razão da esperança existente em nós (cf. IPd 3,15). E o grande escritor católico Frances Charles Peguy (1873-1917) provocou: “A fé que eu mais amo, diz Deus, é a esperança... isso é que me espanta!”.
Desde o século XVII o mundo ocidental conheceu um surto de otimismo, identificado com o advento do que se denominou idade da razão ou Iluminismo. Filósofos e cientistas tomaram distância do que eles chamaram de autoritarismo da Igreja e se engajaram num programa que, baseado somente na razão e nos procedimentos científicos, produziria o avanço da humanidade, com a resolução de nossos principais problemas.

Ainda que reconheça vários progressos realizados, hoje dificilmente alguém deixaria de concluir que o sonho virou pesadelo. Algumas grandes revoluções dos três últimos séculos produziram uma humanidade pouco arrazoada, egoísta e cruel. Colonialismo, capitalismo, comunismo, nazismo, fascismo, fundamentalismo, totalitarismo podem ser tudo, menos razoáveis e progressistas. E o mundo continua cheio dessas manifestações, para cuja solução não bastam somente a razão e a ciência. Nosso mundo, até mesmo quando quis ser bom, produziu muitas esperanças ilusórias, fonte de frustrações.

O mundo reclama a esperança de novo humanismo, e certamente os cristãos tem a chance de repropor uma sabedoria que nos vem do evangelismo, patrimônio espiritual da Igreja. Não na linha de um purismo que nos conduziria ao integrismo, mas na base de um diálogo fecundo. Sem abdicar dos valores ensinados por Jesus Cristo, devemos colher, à luz do Espírito, os frutos das sementes do divino, como ensinaram Justino e Clemente de Alexandria (séc. II-II), as quais o Pai espalhou por onde lhe aprouve (Vaticano II, Decreto Ad. Gentes).

Domingos Zamagna
Texto publicado no folheto “O Domingo”

MARCADOR: “ANO CATEQUÉTICO”

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