ANO CATEQUÉTICO

8. CATEQUESE E ECUMENISMO

Um grande pensador afirmou que, no futuro, o século XX será lembrado como o século do ateísmo e do ecumenismo. Talvez essa afirmação seja apenas parcialmente aceitável. Mas, de fato, houve um avanço dessas duas posturas.

O século XXI, porém, tem chances de representar um reavivamento da fé e um incremento do movimento ecumênico. Recente pesquisa demonstrou que muitas pessoas, especialmente os jovens, recusam Jesus Cristo e a Igreja porque, na verdade, os desconhecem. Essa é a razão pela qual todos os cristãos devem se dedicar ao máximo ao testemunho da sua fé, esclarecer as verdades da fé aos que não a entendem – ou não a entendem ainda – e cultivar verdadeira paixão pela unidade entre os cristãos ( ecumenismo ) e pela aproximação entre as religiões não cristãs ( diálogo inter-religioso ).

Ora, a busca da recomposição da unidade entre os cristãos, certamente um movimento moderno inspirado pelo Espírito Santo, deve ser aprendida desde a infância e a juventude. Por isso a catequese não deve ficar alheia à dimensão ecumênica, pois todos precisamos trabalhar pela unidade. A Igreja sempre nos ensinou que permanece nela a plenitude das verdades reveladas e dos meios de salvação instituídos por Jesus Cristo; mas essa convicção deve ser acolhida com humildade e no respeito às demais religiões, pois em todas existem valores semeados por Deus, como ensinou o Concílio Vaticano II, seguindo os passos dos Padres da Igreja (Justino, Clemente de Alexandria e outros). É inadmissível o desrespeito a qualquer confissão religiosa.

Daí a importância de, o lado da exposição correta da fé cristã e católica, fazermos também verdadeira exposição sobre as outras religiões, sem caricaturas.

Essa mesma lealdade devemos esperar de quem não professa nenhuma crença ou segue uma religião diferente da nossa, o que não nos impede de valorizar os pontos de convergência doutrinária e ultrapassar as barreiras do preconceito para realizarmos a prática comum da justiça e do amor.

Domingos Zamagna
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