10. A BOA PALAVRA QUE JORRA DA FONTE
Será que existe alguém, por mais urbano que seja, que não saiba o que é uma fonte ou, como se diz tantas vezes, um olho d’água?
A nossa catequese deve ser como um riacho que corre da fonte, que traga os sinais daquilo que é limpo, genuíno, transparente, puro e, por isso mesmo, restaurador das forças do corpo e das alegrias do espírito. Nada de águas represadas, estagnadas, contaminadas.
A fonte de onde brota a nossa catequese deve ser a palavra de Deus, haurida nas Sagradas Escrituras e conservada na Tradição viva da Igreja. Assim se exprime o Concílio Vaticano II: “o ministério da Palavra, que compreende a pregação pastoral, a catequese e toda espécie de instrução cristã (...) com proveito se alimente e santamente se revigore com a palavra da Escritura” (Dei Verbum, 24).
Ao sugerir a aproximação da catequese com sua fonte, devemos insistir que ela seja totalmente penetrada e envolvida pelo pensamento, pelo espírito e pelas práticas evangélicas. Sempre, mas sobretudo depois do concìlio, a Igreja vem insistindo para que os cristãos tenham contato com os textos bíblicos. É exatamente por isso que a Igreja vem promovendo boas edições da Bíblia e cursos de formação bíblico-catequética. Graças a esse cuidado, os católicos têm sido preservados dos diversos tipos de fundamentalismo que retêm muitas pessoas, famílias e comunidades nas malhas da servidão do anacronismo e do atraso teológico e pastoral.
Esse movimento só será completo se, além de brotar da fonte limpa, para ela nos conduzir. Pois a finalidade da catequese é nos proporcionar o encontro com a pessoa e a missão de Jesus Cristo. E o próprio Jesus nos deu o meio seguro para que sejamos sempre banhados pelas águas correntes do seu evangelho: freqüentar os textos sagrados com a inteligência e o coração da comunidade de fé, esperança e amor que é a Igreja, corpo de Cristo, vivificada pelo Espírito Santo.
Tudo o que existe na Igreja – ministérios, doutrina, tradições, instituições... – só tem sentido à medida que se orienta para a promoção desse encontro com o Cristo, que se consuma na mesa da palavra evangélica, do alimento eucarístico, do serviço amoroso a todos, mas sobretudo aos mais necessitados, isto é, aos pobres e aos pecadores.
Domingos Zamagna
(VEJA MAIS NO MARCADOR "ANO CATEQUÉTICO")
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