Primeira Leitura: Sabedoria 7,7-11
Avaliei a riqueza como um nada ao lado da sabedoria.
Salmo responsorial: Sl 89(90),12-13.14-15.16-17 (R. cf. 14)
Cumulai-nos, Senhor, com vossa misericórdia.
Segunda Leitura: Hebreus 4,12-13
A Palavra de Deus é viva e eficaz.
Evangelho: Marcos 10,17-30
Que farei para alcançar a vida eterna.
A primeira leitura é um elogio à Sabedoria. Foi escrita num momento em que a valorização do próprio patrimônio sapiencial e religioso se impunha como tarefa prioritária para o povo judeu devida à chegada de formas de pensamento alheias e alienantes. O pensamento judaico recuperou assim esse amor pela Sabedoria que o caracterizou desde o começo e pôs em evidência que o conhecimento é muito mais que a obtenção mecânica de dados ou a elaboração de complexos níveis de conhecimentos. A Sabedoria é vida, é a arte de viver.
É a ‘árvore da vida’ que a humanidade busca, mas que com frequência abandona para correr atrás da ilusão de grandes conhecimentos que supostamente elevam a consciência para chegarem a ser como deuses (Gn 3, 5). A leitura nos convida a valorizar essa Sabedoria que nos vem de Deus como o dom mais apreciado e necessário para nossa vida.
No salmo, rogamos ao Senhor: Ensinai-nos a bem contar os nossos dias, para alcançarmos o saber do coração. E aqui fala a alma da experiência que se transforma em conhecimento.
Para o mundo bíblico, a maior fonte de sabedoria é a história: A história pessoal, a história do povo. Desta provém tudo o que nós podemos aprender sobre nós mesmos e sobre nossa missão no mundo. Sem uma adequada valorização dessa história, perdemos de vista os vestígios que deixa em nós a passagem de Deus por nossa vida.
A Carta aos Hebreus exalta a reflexão do dia de hoje, ao nos patentear o poder da Palavra de Deus. Este vai além da autenticação ou da purificação das verdades religiosas que professamos, e entra no mais íntimo e recôndito do ser humano para nos pôr frente a frente com a vontade vivificadora de Deus. Podemos nos esconder diante de nós mesmos e diante dos outros em nossas convicções religiosas; mas diante da Palavra de Deus ficam patentes nossos desejos e intenções. Não porque sejam maus, mas porque talvez ocupem um lugar e uma importância que somente devem ser ocupados por Deus.
O evangelho nos desafia com uma reflexão sobre o Decálogo (Ex 20,1-17; Dt 5,1-21) que vai muito além do simples cumprimento de preceitos particulares. A pergunta de Jesus sobre os mandamentos não enfatiza a primeira parte deles (dedicada à relação com Deus), mas sobre a segunda, ou seja, os outros sete mandamentos, em que se põe em evidência a relação com o próximo. Não roubar, não matar, não dar falso testemunho não se referem unicamente às formas estandardizadas, ou socialmente reprovadas, de causar dano aos bens, às pessoas ou à boa-fé do próximo, mas investiga de maneira profunda todas as condutas, inclusive as socialmente aceitas, que conduzem a maus-tratos, engano e violência.
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