Jesus se aproxima cada vez mais de Jerusalém, onde consumirá sua vida terrena. Após anunciar seu fim próximo, os discípulos o surpreendem novamente com pedido de cargos e honrarias. Percebe-se que ainda não entenderam a proposta do Mestre.
Enquanto Jesus doa a própria vida, seus seguidores disputam sobre quem é maior e mais merecedor. Jesus, ao declarar que veio para servir, não se faz o centro, mas nos situa no centro de sua missão. Em outras palavras, sua preocupação primeira eram os outros. A lógica do reino nos mostra que o privilégio não está no receber, mas no doar-se. Quanto mais solidários, mais nos identificamos com o Mestre.
Para nós – assim como foi para os apóstolos do tempo de Jesus – é difícil assimilar o projeto da cruz, isto é, a proposta de fidelidade ao Pai em favor de cada um de seus filhos e filhas. Temos a forte tendência de querer mais ser servidos do que servir. Preferimos nos beneficiar de um Cristo glorioso e milagreiro – que resolva os nossos problemas e as deficiências humanas – a nos espelhar nele e acolher integralmente seus desígnios. Ele não tem privilégios para oferecer, mas sim, um projeto de vida e uma missão exigente a cumprir. Todos os que se dispõem a atuar na comunidade deveriam estar de fato preocupados em servir às necessidades dos fiéis, e não em buscar privilégios e mordomias.
Se ainda existem os que buscam prestígio e valorização nos serviços e ministérios da comunidade, também encontramos, felizmente, muitos que dão testemunho de generosidade, de doação em favor dos outros. Quantos desentendimentos e brigas acontecem porque queremos escolher cargos e ministérios mais valorizados e de maior visibilidade! “Entre vocês não deve ser assim”, alerta-nos o Mestre. O desafio é aprender dele e com ele a carregar a cruz da doação, da solidariedade e das relações gratuitas e igualitárias.
Pe. Nilo Luza, ssp
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