sábado, 30 de abril de 2011

“A bênção João de Deus, nosso povo te abraça”


Com aprovação de primeiro milagre, Papa João Paulo II será beatificado dia 1º de maio

Por Filipe chicarino, do Jornal Santuário de Aparecida

Em 1980, João Paulo II esteve pela primeira vez no Brasil e visitou o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
O ano de 2011 é especial para a Igreja católica. O Papa Bento XVI aprovou a publicação do decreto que comprova um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II. A beatificação será no dia 1º de Maio, domingo da Divina Misericórdia.
Segundo o Vaticano, a data foi escolhida para recordar a celebração litúrgica mais próxima da morte de João Paulo II, que ocorreu na véspera da Divina Misericórdia.
A aprovação do milagre atribuído ao pontífice polonês foi o que avançou consideravelmente a causa de beatificação. Os médicos e teólogos consultados pela Congregação para as Causas dos Santos, reunidos no mais estrito sigilo, estimaram que a cura da freira francesa Marie Simon-Pierre, que sofria de mal de Parkinson, foi “imediata e inexplicável”. A comissão, liderada pelo médico particular do Papa Bento XVI, Patrizio Polisca, aprovou o milagre apresentado.
A freira, que era enfermeira, curou-se inexplicavelmente após suas orações e pedidos a João Paulo II, poucos meses depois de sua morte.
Beatificação
A beatificação é o primeiro passo no caminho para a canonização, que exige a prova de intercessão em dois milagres.
No dia 19 de dezembro de 2009, o Papa Bento XVI já havia aprovado as “virtudes heroicas” do papa polonês, venerado já em vida. Com elas, iniciou-se a investigação do “milagre” atribuído, que foi examinado por várias comissões.
O processo de beatificação de João Paulo II foi iniciado por Bento XVI, dois meses após a morte do pontífice polonês, em maio de 2005.
Um pouco de João Paulo II
Em todo o seu pontificado, João Paulo II visitou 129 países, fez campanha contra a Guerra Fria, buscou a aproximação da Igreja católica com outras religiões e culturas, desculpou-se pela inquisição, defendeu as liberdades individuais, além de condenar o uso de preservativos.
Karol Wojtyla, seu nome de batismo, nasceu na Polônia e foi considerado um militante que batalhava contra o comunismo. Ajudou a derrotar as ditaduras socialistas do Leste Europeu e a esfriar a Guerra Fria.
Ainda criticava as injustiças e as desigualdades promovidas pelo capitalismo. Suplicava pela paz no Oriente Médio, condenava os atentados terroristas e opôs-se à invasão do Iraque, classificando-a de “imoral e injusta”, o que ficou provado anos mais tarde.
Mesmo sofrendo de mal de Parkinson, o pontífice não reduziu o número de viagens e sempre procurou deixar clara a posição do Vaticano em relação aos principais acontecimentos internacionais. Somente a piora de seu estado de saúde fez com que as viagens parassem.
Ele foi internado duas vezes e passou por uma traqueostomia (intervenção cirúrgica para facilitar a respiração) e praticamente perdeu a capacidade de falar. Em um sábado de 2005, mais exatamente no dia 2 de abril, aos 84 anos, o papa João Paulo II morreu em seus aposentos no Palácio Apostólico.
A morte do pontífice encerrou 26 anos do terceiro maior pontificado da história da Igreja, período marcado por intensa atuação política, viagens a todos os continentes, luta pela paz e pelos direitos humanos.
Visitas ao Brasil
João Paulo II esteve em terras brasileiras em três oportunidades. A primeira delas, em 30 de junho de 1980, que foi marcada pela grande expectativa do país em receber pela primeira vez um papa.
No dia 4 de julho ele visitou o Santuário Nacional de Aparecida (SP). Neste dia, celebrou a Santa Missa na ‘esplanada’ do Santuário, no mesmo local onde o papa Bento XVI celebrou em sua visita ao Brasil, em 2007. Aproximadamente 300 mil fiéis participaram da celebração.
Em sua homenagem, a esplanada recebeu seu nome, sendo conhecida hoje como pátio Papa João Paulo II.
Ao final da celebração, João Paulo II surpreendeu a todos ao informar que concedia à nova Igreja o título de Basílica Menor, consagrando a Basílica como o maior Santuário mariano do mundo.
Fazendo isso, o Papa João Paulo II revigorou a fé do povo brasileiro em Nossa Senhora Aparecida, ao conceder ao Santuário Nacional o título de Casa da Mãe de Deus.
Ainda na primeira visita, João Paulo II beatificou o jesuíta José de Anchieta, que chegou ao Brasil, em 1553, para catequizar os habitantes do país. Participou do X Congresso Eucarístico Nacional, realizado entre 30 de junho a 12 de julho de 1980, em Fortaleza, no Ceará. Ele foi recebido pelo general João Batista Figueiredo, último presidente brasileiro no período da ditadura militar.
Na segunda vez que esteve no Brasil, em 1991, o pontífice aproveitou para visitar irmã Dulce, em Salvador. Quando chegou foi recebido pelo então presidente Fernando Collor de Mello.
A última passagem de João Paulo II pelo Brasil foi em 1997, quando rezou uma missa campal no Aterro do Flamengo, para mais de 2 milhões de pessoas.
Na ocasião, foi recebido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e participou do II Encontro Mundial do Papa com as Famílias, realizado na cidade do Rio de Janeiro. Ele ficou por quatro dias no Rio e abençoou a cidade maravilhosa aos pés do Cristo Redentor.
Em 1982, o Papa João Paulo II fez uma visita não oficial ao país ao realizar um rápido discurso durante a escala de seu voo no Rio de Janeiro. Ele tinha como destino a Argentina.
Durante as três visitas de João Paulo II ao Brasil, tanto o Vaticano como os Correios editaram selos comemorativos para registrar a passagem do pontífice pelo País. Foram impressos oito selos pela Casa da Moeda do Brasil. Um deles em homenagem póstuma, em 2005.
Revista especial sobre a beatificação será lançada
A Editora Santuário é a responsável no Brasil pela impressão e comercialização da revista especial do jornal da Santa Sé L´Osservatore Romano sobre especial a beatificação do Papa João Paulo II.
A revista especial, de 100 páginas, circulará no dia 1° de maio, data da cerimônia de beatificação de João Paulo II, e estará disponível em sete idiomas: português, italiano, polonês, inglês, espanhol, alemão e francês.
Com tiragem de quase 400 mil exemplares, a revista foi impressa em países dos quatro continentes – Austrália, Brasil, Canadá, Índia, Itália, Reino Unido e Espanha.
Além do testamento de João Paulo II e da homilia fúnebre pronunciada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, a revista traz as homilias de Bento XVI em recordação do seu predecessor, textos de Karol Wojtyla, artigos, entrevistas e uma cronologia pormenorizada.
No Brasil, o custo unitário da publicação será de R$ 25, mais despesas de envio. Os pedidos podem ser feitos diretamente na Editora Santuário, pela central 0800 16 00 04 (ligação gratuita), ou através do e-mail: ossrom@editorasantuario.com.br.

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