quinta-feira, 21 de julho de 2011

CAMINHOS DE EXISTÊNCIA


9. O ESPELHO PARA CAMINHAR

Só existimos porque confiamos. Mais, queremos ser felizes. Como sê-lo se não nascemos sabendo que coisa seja felicidade? Vivemos dentro de estranho jogo de sentimentos. Atravessa-nos desejo vago, indefinível, de realização, de sentir-nos bem. Nesse momento, observamos diante de nós as pessoas. Algumas nos revelam tristeza, depressão, abatimento. Não queremos viver assim.

Outras, porém, irradiam leveza, alegria, paz. Ah, sim, eis o caminho a trilhar. Acreditamos nessas pessoas. Apostamos naqueles valores que lhes informam a vida. Cremos na vida delas com a fé humana. Espelhamo-nos nelas como em mestres de vida. Que graça quando deparamos bem cedo com pessoas maravilhosas que nos abriram o caminho da felicidade! Figuram como nossos mestres de vida.
Vinculamo-nos a elas como a símbolo e caminho de existência. Liga-nos a elas íntima e profunda relação de amizade, de confiança. Sem esse gesto voltado para fora de nós ao encontro de outro diferente, que nos acena para a felicidade, não encontraríamos tal via.

Outros andam à nossa frente, sinalizando-nos caminhos de vida. Vamos atrás. Sempre haverá pessoas que os trilharam antes de nós. No fundo, acreditamos na vida, no ser, na existência, na radical bondade humana. Existe antes a música e só depois o ruído. Primeiro está o existir, e não o nada. O ser humano desde sempre se pôs essa questão. Se não quiser cair no ceticismo, no derrotismo radical, cabe-lhes espelhar-se em pessoas irradiantes de felicidade. A ruína do ser humano consiste em errar o espelho. Em vez de olhar para modelos de vida, só se mira a si mesmo, como Narciso, ou se deixa seduzir por falsos exemplares. Parece prata e soa lata velha.

J. B. Libanio, sj

TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá. Seja bem vindo (a)!!! Deixe seu comentário. Será bem legal.
Obrigada. Volte sempre!!!!!