O belo trecho de Lucas nos relata a caminhada dos discípulos de Emaús com o Ressuscitado. É uma demonstração de que Jesus – ainda que não seja reconhecido à primeira vista – caminha conosco. A narrativa mostra também que ele aproveita a ocasião para fazer uma catequese sobre a partilha.
O povo brasileiro tem convicção de que Deus caminha com ele, em tudo o acompanha. Essa presença, porém, nem sempre é “dinâmica”, isto é, capaz de provocar a transformação dos momentos difíceis da vida. A fé em Cristo, companheiro no cotidiano da existência, pode iluminar nossa vida e muda-la de rumo, a exemplo dos discípulos que, após perceberem a presença do Ressuscitado, retornam a Jerusalém e anunciam a boa notícia aos irmãos.
Assim como acompanhou os discípulos de Emaús, Jesus nos acompanha em nossa trajetória e, com sua palavra nos ilumina e vai mudando nossa maneira de encarar as coisas e os acontecimentos.
O caminho de Emaús é o caminho de nossa fé. Ela nos dá a certeza de que Cristo, embora não de forma física, continua presente e nunca nos abandona. Essa certeza será sempre maior à medida que nos deixarmos iluminar por sua palavra e nos alimentarmos com a Eucaristia, sinal por excelência de partilha e solidariedade.
E é justamente na hora da partilha do pão que os discípulos o reconhecem (os olhos deles “se abriram e eles reconheceram Jesus”), pois esse foi o gesto repetido por ele ao longo de sua vida. A sociedade de hoje reconhecerá Cristo à medida que os cristãos forem capazes de partir o pão. Isso significa compromisso com a justiça, com a solidariedade, com a defesa daqueles aos quais é roubado o pão cotidiano. Sem partilha, fraternidade e solidariedade, estaremos caminhando no rumo que nos afasta de Jesus.
Pe. Nilo Luza, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
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