A FORÇA DA FÉ

Pode haver fé grande ou pequena? A fé existe ou não existe! A pessoa acredita ou não acredita. O evangelho de hoje, porém, não trata tanto desse tipo de fé, mas de uma escolha bem concreta: seguir o mestre Jesus. O seguimento de Jesus pode, sim, ser mais ou menos fiel, mais ou menos comprometido, mais ou menos entusiasmado. Provavelmente os discípulos lhe pedem mais firmeza na decisão de segui-lo.

Mais do que nunca, precisamos, a exemplo dos discípulos, lançar um grito de esperança: Senhor, aumenta nossa fé. Fé baseada não na adesão intelectual a verdades abstratas, mas na adesão incondicional à pessoa de Jesus Cristo. Fé que exerce influência concreta em nossa vida e é fator de libertação.

Precisamos de fé operante, capaz de transformar a pequena semente de mostarda em um arbusto. Graças a fé, grande quantidade de pequenas  comunidades conseguem superar os obstáculos e se tornam fermento e luz em meio à sociedade. Muitas vezes não conseguimos entender como é que certas pessoas “de pouca expressão” conseguem fazer tanto em favor dos outros.

Necessitamos de fé robusta, capaz até de transportar uma planta de profundas raízes. Graças a fé, muitas comunidades conseguem arrancar de si certos vícios, que as impedem de caminhar, e se transformam em comunidades vivas. É essa fé robusta que consegue mobilizar pessoas, ajudando-as a não se entregar diante dos problemas e obstáculos.

Precisamos de fé generosa, capaz de nos pôr a serviço dos irmãos e do reino de Deus, sem nada exigir. Fé que move comunidades e pessoas a doar-se com alegria e sem medir esforços em beneficio dos pobres e reconhecer não estarem fazendo nada mais do que a obrigação.

Somente com uma fé operante, robusta e generosa conseguimos transformar a sociedade, arrancar as raízes profundas de nosso egoísmo e superar a “religião dos merecimentos”. Como disse um santo: “O verdadeiro amor não fica sem recompensa, mas não amamos nem vivemos por causa dela”.

Pe. Nilo Luza, ssp

TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”

MARCADOR: LITURGIA

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