22. ECOLOGIA E TEILHARD DE CHARDIN
Teilhard de Chardin avulta no século passado como o pensador que despertou nos cristãos a atenção para o novo continente científico que o evolucionismo abria. Presos na leitura fundamentalista do relato da criação, eles rejeitavam toda possibilidade de pensar, na ótica da fé, as teorias evolucionistas já em plena expansão desde o século XIX.
Várias experiências marcaram a vida de Teilhard e propiciaram-lhe nova leitura da realidade. Na base existe verdadeira iluminação mística, ao lado de intensa reflexão pessoal. O núcleo de seu pensamento se expressa na ideia de um mundo em gênese, de uma matéria universal penetrada, animada e unificada em Cristo. O texto inspirador está na carta de são Paulo aos Colossenses. Em Jesus Cristo, primogênito de toda a criação, foram criadas todas as coisas, no céu e na terra. Tudo foi criado por meio dele e para ele, e nele todas as coisas têm consistência (cf. Cl 1,15-17). Segue-se que tudo tem sua marca. Ele preside o processo evolutivo, ao dar-lhe consistência e tornar-se seu ponto inicial (alfa) e final (ômega).
Com tal espiritualidade, Teilhard buscava aproximar a Igreja de uma cultura afastada e indiferente à sua missão. Permitia-lhe perceber melhor a continuidade entre a história humana e o gigantesco movimento da natureza. Tornava as pessoas sensíveis a tal processo.
No seu caderno espiritual escreveu: “O que dá consistência ao universo à nossa volta não é a aparente solidez dos materiais efêmeros com que se constroem os corpos. Mas é a chama de organização que, desde a origem, perpassa pelo mundo e nele se propaga. O mundo, com todo o seu peso, leva a um centro colocado diante de si. O que é impossível ao mundo é mais do que aquilo que nele podemos tocar... Crede no espírito”. Grandiosa espiritualidade!
J. B. Libanio, sj
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
MARCADOR: ECOLOGIA E MISSÃO
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