terça-feira, 30 de dezembro de 2008

PAPA BENTO XVI FAZ BALANÇO DE 2008



O Papa Bento XVI apresentou nesta segunda-feira, 22, um balanço do ano de 2008, que considerou ter sido "rico de olhares retrospectivos sobre datas incisivas da história recente da Igreja", bem como de "acontecimentos que trouxeram consigo sinais de orientação para o nosso caminho rumo ao futuro".

O Papa apresentou o balanço no encontro com os membros da Cúria Romana, e destacou, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Sidney, no mês de julho, e o Sínodo dos Bispos que decorreu em outubro, como os mais importantes encontros.

Sobre o encontro com a juventude na Austrália, o Papa disse que, "várias análises de críticos, tendem a considerar estas jornadas como uma variante da moderna cultura juvenil, uma espécie de festival rock modificado em sentido eclesial, com o Papa como 'estrela'.

Bento XVI admitiu que há mesmo vozes católicas que vêm nestas iniciativas "um grande espetáculo, belo, mas de pouco significado para a questão sobre a fé e a presença do Evangelho no nosso tempo".

Em resposta a estas críticas, o Papa disse que "é fundamental analisar o tipo de alegria que se respirou em Sidney, citando mesmo Nietzsche a respeito deste tema, onde mais de 200 mil jovens se reuniram sem perturbar a vida da cidade. A festa, aliás, surgiu após um 'longo caminho exterior e interior', tornando-se uma festa da fé em Cristo.

"Na Austrália, não foi por acaso que a longa Via-Sacra ao longo da cidade se tornou o evento culminante da Jornada. Ela resumia mais uma vez tudo o que aconteceu nos anos precedentes, e indicou Aquele que reúne todos à sua volta, o Deus que nos ama até à cruz. Aqui também o Papa não é a 'estrela' em volta da qual gira tudo", disse.

"A estrela desta JMJ foi o próprio Cristo e o seu Espírito, uma força criadora que gera comunhão, amizades que encorajam um estilo de vida diferente", afirmou o Papa.

Sínodo

A profunda ligação entre a Bíblia e o Espírito Santo foi, segundo o Papa, um dos grandes méritos do Sínodo dos Bispos que, em outubro passado, reuniu no Vaticano 253 padres sinodais dos cinco continentes.

"Percebemos que os escritos bíblicos foram redigidos em épocas determinadas e, portanto, constituem neste sentido um livro proveniente do passado. No entanto, vimos que a sua mensagem não ficou no passado nem pode ser fechada nele: Deus, no fundo, fala sempre ao presente", explicou Bento XVI.

Segundo o Papa, era importante "experimentar que na Igreja há um Pentecostes ainda hoje, isto é, que ela fala em muitas línguas e não só no sentido exterior de estar representada em todas as grandes línguas do mundo, mas também no sentido mais profundo".

"Na Igreja estão presentes os múltiplos modos de experiência de Deus e do mundo, a riqueza das culturas, e só assim surge a vastidão da existência humana e, a partir dela, a vastidão da Palavra de Deus", acrescentou.

Bento XVI destacou o fato de existir "uma multidão de línguas que ainda esperam pela Palavra de Deus contida na Bíblia" e os testemunhos de leigos de todas as partes do mundo que "não só vivem a Palavra de Deus, mas sofrem mesmo por causa dela".

O Papa considerou precioso o discurso inédito de um Rabino, na aula sinodal, sobre as Escrituras de Israel, bem como a presença do Patriarca Ecumênico de Constantinopla (Ortodoxo), Bartolomeu I.

"Esperemos agora que as experiências e as aquisições do Sínodo tenham uma influência eficaz na vida da Igreja: na relação pessoal com as Sagradas Escrituras, na sua interpretação na Liturgia e na catequese, bem como na pesquisa científica, para que a Bíblia não fique como uma Palavra do passado, mas a sua vitalidade e atualidade sejam lidas e discutidas na vastidão das dimensões dos seus significados", concluiu.

Ecologia

Bento XVI falou ainda de uma "ecologia humana", que respeite "a natureza do ser humano como homem e mulher", frisando que a Igreja pede que "esta ordem da criação seja respeitada", contra a imposição de uma idéia de gênero afastada desta ordem".

"Aqui trata-se de fato da fé no Criador e da escuta da linguagem da criação, cujo desprezo significaria uma autodestruição do homem e, portanto, da própria obra de Deus", alertou.

O Papa chamou a atenção para a "nossa responsabilidade para com a Terra", frisando que a mesma "não é uma propriedade nossa que podemos explorar segundo os nosso interesses e desejos".

"O fato de a Terra, o cosmos, espelharem o Espírito criador, significa que as suas estruturas racionais, que para lá da ordem matemática se tornam quase palpáveis na experimentação, trazem em si um orientação ética", apontou.

Bento XVI afirmou que "dado que a fé no criado é uma parte essencial do Credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir aos seus fiéis apenas e mensagem de salvação, ela tem uma responsabilidade em relação à criação".
FONTE: CANÇÃO NOVA

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