terça-feira, 2 de dezembro de 2008

PAINEL DO PRESBITÉRIO DA PARÓQUIA N.S.APARECIDA - CONHEÇA O SEU SIGNIFICADO


A Mão – “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23,46)
No segundo testamento, encontramos em Lc. 1,66; Jo. 10,29; At 11,21; 13,11 – sinal de concessão, conservação, aliança.
Na mão de Deus estão todas as almas dos vivos. (Pr 12,10)
No nosso painel, a mão do Pai, claramente estendida, em um gesto de doação, sai do alto e do lado esquerdo do filho, que está sentado à direita do Pai. Pintada apenas a mão do Pai, porque Ele nunca nos mostrou seu rosto.
Da mão saem a “Árvore da Vida” e os “Quatro Rios” que descem verticalmente do paraíso e se espalham pelos quatro cantos da terra em forma de palavra.
A Mão direita significa misericórdia. (dicionário de imagens e símbolos cristãos – Ed. Paulus)


A ARVÓRE – No Evangelho de João (15,1-18), Jesus se designa , Ele próprio como vinha, árvore da vida. “Eu sou a verdadeira videira e o agricultor é meu Pai”.
Aqui a videira simboliza também a “Arvore da Vida” que nasce da mão do Pai, atravessa toda a cena, envolvendo o ícone do Filho, a imagem de Maria (aqui representada pela “Imaculada Conceição” – Senhora Aparecida), toca o primeiro testamento, sai do painel e continua sempre, nunca acaba.
O Verde da árvore, ainda simboliza a cor da esperança, da longa vida e da imortalidade. Ainda a cor ”dos eleitos que verdejam como videiras”


O RIO, A ÁGUA – Antes da criação da luz, as trevas cobriam as águas originais, e um vento de Deus (Espírito de Deus pairava sobre as águas - Gn 1,2. Somente depois que as águas sob o firmamento se reuniram num só lugar, é que surgiu a terra seca ( Gn 1,9s ). A água original torna-se água da vida; “um rio saia do Éden para regar o jardim e daí se dividia formando quatro braços, os quatro rios do paraíso ( Gn 2,10-14 )que simbolicamente aludem às quatro regiões do céu.
Na arte cristã, muito cedo os quatro rios foram representados por um cordeiro no alto de uma colina, ou pelo próprio Cristo sentado em uma colina, de onde saem os quatro rios por isto então, associados aos quatro evangelhos.

Aqui no nosso painel, os rios representam a ressurreição pela palavra, a vida eterna.
“No princípio era o verbo”, de maneira que, simbolicamente, quando o Verbo é encarnado, (no painel), quando os rios tocam o ícone de Cristo, nota-se que a “água”, ou seja, a palavra se movimenta. Ainda, a água sendo aqui o princípio da criação, toca no Cristo já ressuscitado, simbolizando a atemporalidade do mesmo; ainda mostrando que Cristo encerra em si, o “Princípio”e o “Fim “.
E no momento em que a Palavra-Rio toca o ícone do Cristo, toca também o presbitério (altar), ainda mostra o rio sobre o verde, terreno fértil, representando a comunidade que recebe a palavra.




Quando os rios tocam Maria (Senhora Aparecida), o rio volta a movimentar-se outra vez, indicando a Encarnação do Verbo; a nova aliança. Maria aqui aparece sobre uma rede, que é seu reflexo na água, simbolizando o momento em que a imagem foi encontrada pelos pescadores.




O ÍCONE DE CRISTO

O Cristo representado nos ícones, como Pantocrator,( Onipotente, aquele que tudo rege, penetrando e enchendo tudo de si, Todo-Poderoso) distingue-se pela mesma estatura do corpo, e os mesmo traços, em especial do rosto. Olhos grandes, que tudo vê, e boca pequena, pois o ícone fala pelo olhar.
Pescoço ligeiramente inchado, onde abriga o sopro da vida; o sopro divino, (os iconógrafos afastaram-se da “beleza ideal”das proporções gregas, para representarem um Cristo mais divino que humano, principalmente através da riqueza simbólica). O ícone transmite assim o dogma cristológico das duas naturezas – humana e divina – unidas na única Pessoa do Verbo: filho de Deus e Deus ele próprio, consubstancial ao Pai.
O modelo do rosto é baseado no “Mandilon”, considerado impresso pelo próprio Cristo em uma toalha, enquanto Ele ainda vivia. A roupa, as mesmas usadas na palestina no tempo de Cristo: túnica vestida diretamente sobre o corpo, e o manto. O manto que sai do ombro direito, abre sobre o peito, do lado esquerdo, simbolicamente sobre o coração, como fonte de vida eterna. A mão direita desponta sob o manto em gesto de bênção, ou aponta para o livro, que está na mão esquerda, aberto ou fechado, ou um pergaminho, que contem a Palavra do Verbo. As inscrições são escolhidas pelo artista ou pelo sacerdote.
A cor branca das vestes alem de representar a Luz Total, é a cor da Teofania.

AURÉOLA – A aureola de Cristo se distingue por uma cruz (desde o séc. V) que se destaca claramente do circulo luminoso.
A circunferência perfeita simboliza a perfeição do Pai, que é o centro, e a linha que forma o circulo, a criação.
Na Auréola, exatamente nos três braços visíveis da cruz, deve sempre aparecer o trigrama do nome de Deus revelado a Moisés no monte Sinai: OΩN(“Eu sou o Existente”, Ex 3,14) Estas inscrições devem estar sempre em grego; as outras inscrições são facultativas.

O Cristo representado aqui, chamado de misericordioso, aponta claramente para o Evangelho, para Ele próprio, o Verbo Encarnado. Inspirado em Mateus 11,28-30 “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”; e é sugerido que se escreva este trecho ou parte dele no livro que está na mão do Cristo.


Ao lado de Maria – Senhora Aparecida, que está em frente à mesa da palavra (pois foi quem primeiro ouviu a “boa nova”),



temos a lua como símbolo da mãe e ainda doze estrelas, simbolizando o primeiro testamento através das doze tribos de Israel.

Autor do texto e pintura do painel do presbitério:

Fernando dos Anjos

Monte Belo-MG

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