segunda-feira, 7 de setembro de 2009

23º DOMINGO COMUM

JESUS QUER A PESSOA ÍNTEGRA

Ouvir e falar são necessidades fundamentais do ser humano.Trata-se ainda de duas faculdades complementares, tanto é que a deficiência de uma pode prejudicar a outra. Também é recomendável que uma não invada o espaço da outra, uma vez que, para ouvir, se deve evitar falar e, quando se fala, normalmente não se ouve o outro.

O surdo-mudo do evangelho não possuía essas duas propriedades e por isso o Senhor lhe devolve a possibilidade de ouvir e falar. Ser surdo e mudo significava ser excluído do convívio social, ter a vida diminuída, não poder ouvir a palavra de Deus, o que era visto como castigo. Jesus, ao curá-lo, reintegra-o, restitui-lhe dignidade e identidade, devolve-lhe a esperança. As palavras e os gestos de Jesus provocam nova criação: “Ele tem feito bem todas as coisas” (Mc 7,37; cf. Gn 1,31).

O relato do evangelho assume significados simbólicos: pode representar, por exemplo, as pessoas que têm o ouvido fechado à palavra e aos apelos de Deus e, com isso recusam o seu dom. Quantos convites Cristo nos dirige e nós fazemos de conta que não ouvimos ou que não é conosco!

Pode representar também todos os que se fecham aos apelos dos irmãos e irmãs necessitados. Nossas comunidades comportam-se como surdas quando não dão ouvido aos gritos dos pobres e das vítimas da injustiça, quando não se comprometem com sua libertação.

Há, além disso, surdos e mudos que continuam, ainda em nossos dias, negando o direito que toda pessoa tem a uma vida digna: um teto para se abrigar, um pedaço de chão para plantar e colher, um emprego digno e justo com o qual sustentar a própria família...

São surdos-mudos todos os que se enclausuram em si mesmos, não se abrem aos outros, não criam um canal de comunicação nem reconhecem suas necessidades.

Pe. Nilo Luza, ssp

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