segunda-feira, 7 de setembro de 2009

23º DOMINGO COMUM

Primeira Leitura: Isaías 35,4-7a
Os ouvidos do surdo se abrirão, a língua do mudo cantará.

Salmo responsorial: Sl 145,7.8-9a.9bc-10 (R. 1 e 2a)
Louva, ó minha alma, ao Senhor! Louvarei ao Senhor por toda a vida.
Segunda Leitura: Tiago 2,1-5
Não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé?

Evangelho: Marcos 7,31-37
Faz ouvir os surdos e falar os mudos.

As palavras do profeta Isaías são melodias de alegria e esperança que ressoam em corpos cansados de um povo que sofre as dores do exílio. Arrependidos de sua infidelidade à aliança com Deus, os exilados de Israel podem ver, ouvir, degustar e caminhar pelas sendas que os conduzirão de novo à terra prometida. Tudo se vê diferente quando regressamos ao amor de Deus.

Causava profunda admiração entre o povo o tratamento igualitário e fraterno com que se vivia nas primeiras comunidades cristãs (Atos 4,32; Colossenses 3,11). Eram novas formas de vida que confrontavam a tradição de uma sociedade que aceitava as diferenças sociais e os favoritismos como parte de uma ordem social supostamente estabelecida e abençoada pela divindade. A escala social estava determinada de tal forma que os pobres e os escravos eram destinados a ocupar sempre o último lugar. Com o passar do tempo, o cristianismo começou a ceder diante destas formas de discriminação social, até o ponto de Tiago pôr em alerta as comunidades para não se deixarem contagiar pelo vírus da “acepção de pessoas” que começava a rondar o cristianismo nascente.

Embora hoje nos tenhamos acostumado a viver no meio das ambiguidades sociais e a indiferença, num mundo onde “os ricos são cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres”, a Palavra de Deus é clara em afirmar que as diferenças sociais profundas e injustas, a discriminação de pessoas, as preferências pelo poder ou dinheiro e a ambição, são incompatíveis com a fé em Jesus Cristo.

Os pobres, apesar do comportamento excludente do próprio mundo cristão, continuam os preferíveis do coração de Deus. Não se trata de excluir os ricos, mas de avançar na construção de uma sociedade onde todos tenham oportunidades iguais, respeitando as diferenças culturais.

A presença no evangelho do homem surdo e mudo, doente e pobre, excluído do mundo judeu por sua condição de estrangeiro é para Jesus a oportunidade de anunciar uma Palavra includente, que cure e restaure a vida. A evangelização tem como tarefa curar os ouvidos e a língua dos pobres para que possam falar com sua própria voz, organizar-se e ser protagonistas de seu destino.

As palavras finais da multidão: fez tudo bem, nos recordam o primeiro relato da Criação e nos confirmam que a desigualdade e a injustiça social são obras humanas que desvirtuam uma criação feita com bondade, para o serviço e benefício de todos por igual.
FONTE:
http://www.claretianos.com.br/servicobiblico/index.jsp?dia=6&mes=9&ano=2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá. Seja bem vindo (a)!!! Deixe seu comentário. Será bem legal.
Obrigada. Volte sempre!!!!!