quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CAMINHOS DE EXISTÊNCIA


19. O CAMINHO DO COMPROMISSO REVOLUCIONÁRIO CRISTÃO

O caminho cristão no campo social orienta-se na linha da não violência ativa. Dom Helder tornou-se figura emblemática de tal via. No entanto, surgem situações que ultrapassam as trilhas normais da existência. 

Assim, alguns cristãos – em diversas partes do mundo e aqui no Brasil, no tempo do regime militar – optaram pelo caminho revolucionário de inspiração cristã.

Não entrava em questão simplesmente o compromisso social de transformação da realidade. Como a realidade se caracterizava por violência institucional de enorme injustiça contra os pobres, operários e opositores do regime, alguns cristãos decidiram colaborar na luta revolucionária armada.

Figuras como Che Guevara, Fidel Castro e outros, embora se declarassem não cristãos, encarnaram para esses cristãos um modelo de compromisso revolucionário. Não compartilharam com eles o itinerário marxista ateu. O encontro dava-se na clareza de combater o inimigo, a ditadura militar, de formar um governo revolucionário a fim de instaurar outro regime que atendesse aos reclamos sociais: reforma agrária, autonomia em face da política norte-americana, melhoria de vida dos operários, camponeses e pobres, instituição da liberdade de imprensa e adoção de uma série de medidas que transformassem o Brasil em país justo, solidário e fraterno.

Esse caminho apresentou-se naquele idos, de maneira radical, atraindo jovens idealistas. Muitos pagaram com a vida tal opção. Hoje ele já não parece viável, mas cumpriu, naquele momento, papel importante de idealismo. Fica, porém, para as gerações atuais a memória de tal heroísmo a fim de incentivá-las a percorrer novo tipo de caminho revolucionário. Não pelas armas, mas pelo estabelecimento de novo modelo de vida social.

J. B. Libanio, sj
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO "O DOMINGO"

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