segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ano da Fé


Porta Fidei é o nome do motu proprio de Sua Santidade que proclama um Ano da Fé de outubro de 2012 a novembro de 2013. A razão é simples e urgente: «Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida» (PF 3).
Vivemos em uma terrível crise de Fé, é fato. E o Papa sabe disto perfeitamente, tanto que o coloca em pratos limpos: «Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado» (PF 2).
Que clareza assombrante, que honestidade assustadora! Não podemos mais considerar a Fé como um “pressuposto óbvio”. E o Papa não está falando somente “do mundo”, de todas as pessoas dos diversos credos (para estas, de fato, a Fé não deveria ser um pressuposto); o Papa está falando dos cristãos. São estes nos quais nós, obviamente, esperaríamos encontrar a Fé. E Bento XVI, com serenidade, diz que isso simplesmente não é verdade. Os cristãos não têm mais Fé.
E, isto, nós não podemos aceitar. Não podemos aceitar – parafraseando o Papa – que o sal se torne insípido e a luz fique escondida. Porque se Nosso Senhor veio para trazer a Fé ao mundo, é porque esta Fé é importante e deve ser propagada. Se o próprio Deus veio entregar-nos algo, não nos é lícito lançar fora este divino presente. Ora, quem seria louco de, estando diante do rei, lançar fora o presente que recebeu deste próprio monarca? Se isto nós não fazemos diante das autoridades do mundo, como poderíamos deitar por terra a Fé que Deus nos entregou – e fazê-lo diante dos olhos do Todo-Poderoso, que tudo vê? Sim, não podemos aceitar que a Fé seja perdida, que a semente fique sem fruto. Qualquer pessoa que tenha uma mínima consciência do que significa “Fé” haverá de entender isto com clareza.
Unamo-nos, pois, ao Vigário de Cristo. Testemunhemos a nossa Fé! E rezemos (desde já!) pelos frutos deste Ano da Fé. Quando o Papa escreveu a sua primeira encíclica sobre aCaridade e, pouco depois, chegou-nos a informação de que a próxima seria sobre aEsperança, eu fiquei imediatamente ansioso por ler a da terceira virtude teologal. E este anúncio de um Ano da Fé me parece um prelúdio dela. Que venham bons frutos, e que venham em abundância! Para que as almas sejam salvas. Ad Majorem Dei gloriam.

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