sábado, 22 de outubro de 2011

Dia Litúrgico: Tempo Comum, Semana XXX (A), domingo



Evangelho (Mt 22,34-40): Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então se reuniram, e um deles, um doutor da Lei, perguntou-lhe, para experimentá-lo: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» Ele respondeu: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é semelhante: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos».
Comentário: Dr. Johannes VILAR (Colonia, Alemanha)
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração (…) Amarás teu próximo como a ti mesmo»
Hoje, a Igreja recorda-nos um resume da nossa “atitude de vida” «Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos» (Mt 22,40). São Mateus e São Marcos o põem nos lábios de Jesus Cristo; São Lucas nos de um fariseu. Sempre em forma de diálogo. Provavelmente fariam várias vezes, perguntas similares ao Senhor. Jesus responde com o princípio do Shema: oração composta por duas citações do Deuteromio e uma dos Números, que os judeus fervorosos recitavam pelo menos duas vezes por dia: «Ouve Israel! O Senhor teu Deus (…)». Recitando-a tem-se consciência de Deus no trabalho quotidiano, ao mesmo tempo em que nos recorda o mais importante da nossa vida: Amar a Deus sobre todos os “deusezinhos” e ao próximo como a si mesmo. Depois ao terminar a Última Ceia, e com o exemplo do lava-pés, Jesus pronuncia “um mandamento novo”: amarmo-nos como Ele nos ama, com a “força divina” (cf. Jo 14,34-35).

É mesmo necessária a decisão de praticar de fato este dulcíssimo mandamento —mais que um mandamento é elevação e capacidade— no trato com os outros: homens e coisas, trabalho e descanso, espírito e matéria, porque tudo é criatura de Deus.

Por outro lado, ao ser impregnados pelo Amor de Deus, que nos toca em todo o nosso ser, ficamos capacitados para responder “ao divino”, a este Amor. Deus Misericordioso não apenas tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29), mas também nos diviniza, torna-nos “participes” (apenas Jesus é Filho por Natureza) da natureza divina; somos filhos do pai, no Filho, pelo Espírito Santo. São Josémaria gostava de falar de “endeusamento”, palavra muito enraizada nos Padres da Igreja. Por exemplo, escrevia São Basílio: «Assim como os corpos claros e transparentes, quando recebem a luz, começam a irradiar luz por si próprios, assim reluzem os que foram iluminados pelo Espírito. Isto leva ao dom da graça, alegria interminável, permanência em Deus… e á meta máxima: o Endeusamento». Desejemo-lo!

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