Felizes são todos os santos, cuja memória hoje celebramos com alegria. O evangelho das bem-aventuranças mostra que, de fato, aqueles que chegaram à santidade são para nós inspiração e modelo de felicidade.
As pessoas, hoje como sempre, infelizmente valem pelas riquezas que têm, pelos cargos que ocupam. A felicidade é anunciada e buscada a todo custo como prosperidade econômica. E escandalosamente isso se verifica também em igrejas que se dizem cristãs, mesmo depois de Jesus ter proclamado o Sermão da Montanha.
Pois as bem-aventuranças de Jesus vão exatamente em sentido contrário. Felizes são os pobres em espírito, os que sentem a pobreza na pele, os que renunciam à cobiça, os simples e pequenos, os que estão vazios de tudo e só têm a Deus como defensor.
Renunciando à busca da felicidade que se confunde com comodidade ou mero bem-estar, os pobres entram em outra dinâmica: a lógica do reino de Deus. Nesse reino, felicidade é buscar a justiça divina, que supera em tudo o legalismo e a hipocrisia humana. A felicidade do reino é a que dura pela eternidade, mas necessariamente começa neste mundo. Ela consiste em se desgastar pelos outros, em sofrer e chorar com os outros, e pelos outros, em construir juntos a paz. É a felicidade que se confunde com o perdão, a perseverança diante das calúnias, tribulações e perseguições.
Na dinâmica do reino, a felicidade é algo que se conquista seguindo o exemplo do Mestre: doando a própria vida por amor, em tudo o que isso comporta de sofrimento. Olhando para todos os santos, renovamos hoje a esperança de que todo o amor que vivemos e doamos aqui seja aceito por Deus. Pois só levaremos para a eternidade o amor que tivemos deixado aqui. Que ele torne plena nossa vida e eternize nossa felicidade.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
MARCADOR: LITURGIA
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