O profeta Ezequiel já anunciava o Messias vindouro em sua profecia: "A estes filhos de cabeça dura e coração de pedra vou te enviar.(...) Quer te escutem, quer não." (Ez 2,2-5). A passagem litúrgica do evangelho dominical retrata a presença de Jesus Cristo em uma sinagoga de Nazaré, sua cidade natal. Neste local, Cristo transmitiu ensinamentos acerca da palavra de Deus. Diante da sabedoria e do ótimo empenho oratório, os nazarenos presentes questionaram as origens, milagres e conhecimentos demonstrados por Jesus, confirmando a ausência da pátria mãe no mistério do Pai na humanidade do Filho.
O orgulho, a falta de humildade e a soberba impediram e ainda impedem o ser humano de entender e buscar a vontade divina. A rejeição a Cristo e a todos os projetos relacionados a ele são reflexos antigos e continuos da falta de fé na condição do Filho de Senhor do céu e da terra. Mesmo humilhado, realizou prodigíos e alimentou-se daqueles que nele acreditavam e tinham fé, e por eles e através deles reergueu a decadência humana e construiu a mentalidade igualitária de humildade e conservação entre seus servos.
Lavar o coração das impurezas mundanas e os olhos para enxergar o espírito além da carne é consentir com a presença divina através da pequenez, simplicidade e humilde daqueles que por Deus foram escolhidos para ser canal entre Ele e nós. Como São Paulo, todo o cristão que professa a fé nas dádivas do Senhor deve ter consigo este seguinte trecho de reafirmação e fortalecimento: "Eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte" ( 2Cor 12,7 - 10).
Julia Beck
Pastoral da Comunicação
Paróquia Nossa Senhora Aparecida
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