Bento XVI salientou importância do Livro dos Salmos
O Papa Bento XVI começou na Catequese desta quarta-feira, 22, um novo trecho do percurso da Escola de Oração. "Ao invés de comentar particulares episódios de personagens em oração, entraremos no 'livro de oração' por excelência, o livro dos Salmos. Nas próximas catequeses, leremos e meditaremos alguns dos Salmos mais belos e mais queridos à tradição orante da Igreja", explicou.
O Pontífice incentivou os cristãos a mergulharem no conhecimento desse importante livro bíblico. "O cristão, rezando os Salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo, assumindo esses cantos em uma perspectiva nova, que tem no mistério pascal a sua última chave interpretativa. O horizonte do orante abre-se, assim, a realidades inesperadas, cada Salmo adquire uma luz nova em Cristo e o Saltério pode brilhar em toda a sua infinita riqueza", explicou.
Nesse sentido, como são palavras inspiradas por Deus, quem reza os Salmos fala a Deus com as palavras mesmas que Deus deu aos homens, dirige-se a Ele com as palavras que Ele mesmo dá aos homens. "Assim, rezando os Salmos, aprende-se a rezar. São uma escola de oração. [...] Tomemos portanto em mãos esse livro santo, deixemo-nos ensinar por Deus a dirigirmo-nos a Ele, façamos do Saltério um guia que nos auxilie e nos acompanhe cotidianamente no caminho da oração. E peçamos também nós, como os discípulos de Jesus, 'Senhor, ensina-nos a rezar' (Lc 11,1), abrindo o coração para acolher a oração do Mestre, no qual todas as nossas orações chegam ao seu cumprimento. Assim, tornados filhos no Filho, poderemos falar com Deus chamando-O 'Pai Nosso'".
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.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI sobre a oração
Bento XVI afirmou que toda a experiência humana, com as suas múltiplas faces, e toda a gama dos sentimentos que acompanham a existência do homem encontram expressão no Livro dos Salmos. "Toda a realidade do crente conflui naquelas orações, que o povo de Israel primeiro e a Igreja depois assumiram como mediação privilegiada da relação com o único Deus e resposta adequada ao seu revelar-se na história".
O Sucessor de Pedro comparou a importância de rezar com os Salmos com a criança que começa a falar e pouco a pouco se apropria do contexto e das palavras recebidas de seus pais e dos que estão no seu entorno, aprendendo um novo modo de pensar e de sentir, um mundo de conceitos, e assim crescem, relacionam-se com a realidade, com os homens e com Deus.
"Assim acontece com a oração dos Salmos. Esses nos são dados para que aprendamos a dirigir-nos a Deus, a nos comunicar com Ele, a falar com Ele sobre nós com as suas palavras, a encontrar uma linguagem para o encontro com Deus. E, através daquelas palavras, será possível também conhecer e acolher os critérios do seu agir, aproximar-se do mistério dos seus pensamentos e dos seus caminhos, a fim de crescer sempre mais na fé e no amor. Como as nossas palavras não são somente palavras, nas nos ensinam um modo real e conceitual, assim também essas orações ensinam-nos o coração de Deus, para que não somente possamos falar com Deus, mas possamos aprender quem é Deus e, aprendendo como falar com Ele, aprendamos o ser homem, a ser nós mesmos", explicou.
Louvor e súplica
O Bispo de Roma ensinou que, em meio à multiplicidade expressiva, podem ser identificados dois grandes âmbitos que sintetizam a oração do Saltério: a súplica, unida ao lamento, e o louvor, duas dimensões correlatas e quase inseparáveis.
"A súplica é animada pela certeza de que Deus responderá, e isso abre ao louvor e à ação de graças; e o louvor e o agradecimento brotam da experiência de uma salvação recebida, que supõe a necessidade de auxílio que a súplica expressa. [...] Desse modo, na oração dos Salmos, súplica e louvor entrelaçam-se e fundem-se em um único canto que celebra a graça eterna do Senhor que se inclina sobre a nossa fragilidade".
O Papa também recordou o título que a tradição hebraica deu ao Saltério, que se chama tehillîm, termo hebraico que quer dizer "louvores", daquela raiz verbal que se encontra na expressão "Halleluyah", isto é, literalmente: "louvado seja o Senhor".
"Esse livro de orações, portanto, também se tão multiforme e complexo, com os seus diversos gêneros literários e com a sua articulação entre louvor e súplica, é em última análise um livro de louvores, que ensina a dar graças, a celebrar a grandeza do dom de Deus, a reconhecer a beleza das suas obras e a glorificar o seu Nome santo".
A audiência
O encontro do Bispo de Roma com os 30 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro aconteceu às 10h30 (horário de Roma - 5h30 no horário de Brasília). A reflexão faz parte da "Escola de Oração", iniciada pelo Papa na Catequese de 4 de maio.
Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:
"Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros de Curitiba e os jovens portugueses que se organizaram sob o lema "Eu acredito" para unir seus coetâneos à volta do Sucessor de Pedro. Continuai a fazer da oração um meio para crescerdes nesta união. Cada dia, pedi a Jesus como os seus primeiros discípulos: 'Senhor, ensinai-nos a rezar'! Que Deus vos abençoe!".
O Pontífice incentivou os cristãos a mergulharem no conhecimento desse importante livro bíblico. "O cristão, rezando os Salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo, assumindo esses cantos em uma perspectiva nova, que tem no mistério pascal a sua última chave interpretativa. O horizonte do orante abre-se, assim, a realidades inesperadas, cada Salmo adquire uma luz nova em Cristo e o Saltério pode brilhar em toda a sua infinita riqueza", explicou.
Nesse sentido, como são palavras inspiradas por Deus, quem reza os Salmos fala a Deus com as palavras mesmas que Deus deu aos homens, dirige-se a Ele com as palavras que Ele mesmo dá aos homens. "Assim, rezando os Salmos, aprende-se a rezar. São uma escola de oração. [...] Tomemos portanto em mãos esse livro santo, deixemo-nos ensinar por Deus a dirigirmo-nos a Ele, façamos do Saltério um guia que nos auxilie e nos acompanhe cotidianamente no caminho da oração. E peçamos também nós, como os discípulos de Jesus, 'Senhor, ensina-nos a rezar' (Lc 11,1), abrindo o coração para acolher a oração do Mestre, no qual todas as nossas orações chegam ao seu cumprimento. Assim, tornados filhos no Filho, poderemos falar com Deus chamando-O 'Pai Nosso'".
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.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI sobre a oração
Bento XVI afirmou que toda a experiência humana, com as suas múltiplas faces, e toda a gama dos sentimentos que acompanham a existência do homem encontram expressão no Livro dos Salmos. "Toda a realidade do crente conflui naquelas orações, que o povo de Israel primeiro e a Igreja depois assumiram como mediação privilegiada da relação com o único Deus e resposta adequada ao seu revelar-se na história".
O Sucessor de Pedro comparou a importância de rezar com os Salmos com a criança que começa a falar e pouco a pouco se apropria do contexto e das palavras recebidas de seus pais e dos que estão no seu entorno, aprendendo um novo modo de pensar e de sentir, um mundo de conceitos, e assim crescem, relacionam-se com a realidade, com os homens e com Deus.
"Assim acontece com a oração dos Salmos. Esses nos são dados para que aprendamos a dirigir-nos a Deus, a nos comunicar com Ele, a falar com Ele sobre nós com as suas palavras, a encontrar uma linguagem para o encontro com Deus. E, através daquelas palavras, será possível também conhecer e acolher os critérios do seu agir, aproximar-se do mistério dos seus pensamentos e dos seus caminhos, a fim de crescer sempre mais na fé e no amor. Como as nossas palavras não são somente palavras, nas nos ensinam um modo real e conceitual, assim também essas orações ensinam-nos o coração de Deus, para que não somente possamos falar com Deus, mas possamos aprender quem é Deus e, aprendendo como falar com Ele, aprendamos o ser homem, a ser nós mesmos", explicou.
Louvor e súplica
O Bispo de Roma ensinou que, em meio à multiplicidade expressiva, podem ser identificados dois grandes âmbitos que sintetizam a oração do Saltério: a súplica, unida ao lamento, e o louvor, duas dimensões correlatas e quase inseparáveis.
"A súplica é animada pela certeza de que Deus responderá, e isso abre ao louvor e à ação de graças; e o louvor e o agradecimento brotam da experiência de uma salvação recebida, que supõe a necessidade de auxílio que a súplica expressa. [...] Desse modo, na oração dos Salmos, súplica e louvor entrelaçam-se e fundem-se em um único canto que celebra a graça eterna do Senhor que se inclina sobre a nossa fragilidade".
O Papa também recordou o título que a tradição hebraica deu ao Saltério, que se chama tehillîm, termo hebraico que quer dizer "louvores", daquela raiz verbal que se encontra na expressão "Halleluyah", isto é, literalmente: "louvado seja o Senhor".
"Esse livro de orações, portanto, também se tão multiforme e complexo, com os seus diversos gêneros literários e com a sua articulação entre louvor e súplica, é em última análise um livro de louvores, que ensina a dar graças, a celebrar a grandeza do dom de Deus, a reconhecer a beleza das suas obras e a glorificar o seu Nome santo".
A audiência
O encontro do Bispo de Roma com os 30 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro aconteceu às 10h30 (horário de Roma - 5h30 no horário de Brasília). A reflexão faz parte da "Escola de Oração", iniciada pelo Papa na Catequese de 4 de maio.
Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:
"Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros de Curitiba e os jovens portugueses que se organizaram sob o lema "Eu acredito" para unir seus coetâneos à volta do Sucessor de Pedro. Continuai a fazer da oração um meio para crescerdes nesta união. Cada dia, pedi a Jesus como os seus primeiros discípulos: 'Senhor, ensinai-nos a rezar'! Que Deus vos abençoe!".
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