Ser sinais de justiça, de amor e de esperança, para que o ser humano consiga vislumbrar o semblante de Deus, esse é o nosso compromisso de cristãos no mundo de hoje.
Mas nós, herdeiros da missão de Jesus e dos apóstolos, temos de admitir nossa falência, ao menos parcial, na tarefa de revelar a presença de Deus por meio de nossa maneira de falar, agir e ser.
De fato, deveríamos ser o sal da terra, a emprestar sabor à existência, a revelar a beleza do amor, da fraternidade e da justiça. Mas o sal acabou perdendo seu gosto, uma vez que sem gosto estão ficando as nossas palavras, gestos e ações...
Deveríamos ser a luz do mundo, a iluminar o caminho para Deus, a clarear as mentes invadidas pelas trevas do erro e da descrença, a afugentar o demônio do egoísmo, do desespero e do ódio. Mas nossas lâmpadas estão perdendo o brilho, uma vez que sem brilho ficou nosso testemunho de vida cristã...
Assim o ser humano parte para construir a paz, mas sem a nossa colaboração. Põe-se a erguer a justiça, mas sem a nossa participação. Luta pelo advento da liberdade, mas sem a nossa contribuição. Busca o rosto de Deus, mas sem poder contar com a nossa parceria...
É evidente que o mundo precisa dos cristãos. Nós, porém, estamos nos tornando omissos: ou por indiferença, ou com a desculpa de que só nos cabe preocupar-nos com o lado espiritual da vida. E se o mundo não anda como deveria, jogamos a culpa nos pecados e nas falsas ideologias materialistas. A culpa, porém, é também nossa, já que escolhemos zarpar no barco do comodismo e da omissão.
Ora, se nosso compromisso de cristãos consiste em ser sal e luz, não basta que sejamos espectadores no teatro da história. Cabe-nos ser protagonistas e construtores da cidade terrestre, firmes a caminho do céu.
Pe. Virgílio, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá. Seja bem vindo (a)!!! Deixe seu comentário. Será bem legal.
Obrigada. Volte sempre!!!!!