A expectativa do povo pela vinda do Messias – no tempo de João Batista – será que continua martelando em nossa cabeça? Depois de 2 mil anos, devemos estar convencidos de que não precisamos esperar mais outra manifestação do alto, pois Jesus já nos revelou os segredos do céu.
Parece que João, que se encontra preso, tem dúvidas a respeito do Messias e manda perguntar a Jesus se é ele o esperado ou se é preciso aguardar outro. Provavelmente esperasse um messias poderoso e justiceiro, tal como tinha anunciado, mas Jesus se apresenta como o salvador dos fracos e indefesos: cura os cegos, os surdos, os mudos e aleijados, ressuscita os mortos e anuncia aos pobres a boa-nova do reino.
O Deus que se revela em Jesus ama a todos, conclama para a reconciliação até com os inimigos. Muitas vezes pensamos em um Deus que puna nossos inimigos e castigue nossos adversários, mas esse não é o Deus de Jesus Cristo.
Deus Pai já se revelou, enviando seu filho como prova de seu amor pela humanidade. Com Jesus se completa a plenitude da vinda de Deus entre os seres humanos. Já não há necessidade de esperar algo mais estrondoso, porque essa foi a manifestação divina por excelência.
Nós, cristãos, a exemplo de Jesus, devemos ser as testemunhas da presença de Deus no mundo. Será que somos realmente sinais dessa presença? Ou a sociedade deve procurar outros sinais? Não basta sermos assíduos frequentadores de templos e promotores de solenes liturgias ou rezas poderosas. Manifestaremos à sociedade os sinais libertadores produzidos por Jesus – ações em benefício da sociedade, principalmente dos mais necessitados – se sairmos dos palácios e residências seguras e fizermos a opção pelos excluídos.
A presença de Cristo se dá na misericórdia e no serviço aos pobres, no perdão e na reconciliação universal por obra dos seguidores dele. Basta termos os olhos bem abertos e percebemos os muitos sinais de sua presença; se não conseguimos percebê-los, é porque estamos sendo sufocados pela propaganda ou pelo insaciável consumismo.
Pe. Nilo Luza, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
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