sábado, 10 de julho de 2010

A PREOCUPAÇÃO PELA VIDA ETERNA



A preocupação pela vida eterna, vida que perdura mesmo após a morte do corpo, sempre mexeu com o imaginário do povo. A incerteza do futuro deixa-nos inquietos. O mestre da lei que se aproxima de Jesus não tem boas intenções e pergunta: o que fazer para merecer a vida eterna? Jesus não dá a resposta, mas leva o jurista a descobrir o caminho da salvação proposto pela palavra de Deus: ter compaixão e usar de misericórdia para com o sofredor.

Aí está o verdadeiro sentido de “próximo” proposto por Jesus: já não apenas nosso familiar, parente, amigo ou vizinho (ideia do Antigo Testamento), mas o sofredor, o necessitado, o esquecido ou marginalizado pela sociedade. Não somos automaticamente “próximos” uns dos outros, mas temos de nos fazer próximos. Mais ainda, não basta socorrer o necessitado, é preciso atacar as causas de tantas infelicidades que caem sobre o povo.

Muitas são as desculpas que arranjamos para não nos preocupar com os “corpos desumanizados”: não temos tempo, não nos diz respeito, é problema das autoridades, há instituições encarregadas disso, são preguiçosos...

Amar e viver, eis duas realidades inseparáveis. Quem ama faz bem à própria vida e melhora a vida do outro. Quem vive é chamado a amar, pois sem amor é difícil viver. São João diz: “Quem não ama permanece na morte” (1Jo 3,14). Somente quem ama vive verdadeiramente, porque é capaz de sair de si mesmo, dos seus próprios interesses, e pôr-se no lugar de quem sofre. Somente quem ama é capaz de tornar-se hospitaleiro e acolhedor, até com aquele que não é simpático nem agradável. A vida floresce à medida que nos entregamos à prática do amor.

Pe. Nilo Luza, ssp

TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
MARCADOR: LITURGIA

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