Pistas finais para continuar a reflexão
Ao falar de novo paradigma, ressurge o antigo problema do conteúdo e do método catequético1. Algumas correntes priorizaram um em detrimento do outro. É o eterno movimento do pêndulo do relógio que, uma vez estendido para uma extremidade, ganha força e alça voos para o outro extremo. Nesta discussão entra outra polêmica, desenterrada pelo Diretório Nacional da Catequese. O livro por excelência da catequese é a bíblia ou o catecismo? Dependendo da resposta, teremos respondida uma importante questão acerca do conteúdo catequético. Além disso, entra em cena a discussão sobre a pedagogia catequética: um tema inesgotável!
Seguem algumas perguntas importantes para fazer pensar e promover um fraterno diálogo entre os apaixonados pela catequese:
- Entre método e conteúdo há distinção ou complementaridade?
- Há tensão entre conteúdo programático e o protagonismo dos catequizandos?
- Em todas as etapas e idades, a catequese permite o desenvolvimento orgânico (sistemático, mas não-linear) do mistério cristão, ou seja, da Revelação do Deus uno e trino?
- Que pedagogia é mais apropriada para o anúncio dessa boa-nova?
Para continuar a reflexão, sugerimos mais algumas perguntas importantes:
- Como pensar uma catequese querigmática, sem prejudicar a transmissão da fé e da doutrina?
- Como pensar uma catequese mais narrativa e menos explicativa, sem desvalorizar os avanços da Modernidade? Quais as bases da catequese narrativa? Fazer catequese narrativa seria o mesmo que contar histórias?
- Como pensar uma catequese mistagógica, ou seja, de iniciação no mistério? Como desescolarizar a catequese e assumir a pedagogia iniciática que é própria da fé cristã?
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1 Segundo Alberich, “particular preocupação levantam as tomadas de posição de W. Kasper a respeito do primado do conteúdo sobre o método, e a respeito da absoluta prioridade da dogmática sobre a pedagogia religiosa no âmbito da catequese”. ALBERICH, Emílio. O catecismo em questionamento. Revista de Catequese, v. 10 , n. 40, p. 43, 1987.
2 FRANÇA MIRANDA adverte: “O cristianismo nasceu da experiência salvífica feita pelos primeiros discípulos de Jesus Cristo. Uma experiência que desencadeou a resposta da fé e o seguimento da vida itinerante do Mestre de Nazaré. Uma experiência que os levou a testemunhar em palavras e com a própria vida a força salvífica de Deus por meio de seu Espírito. A transmissão da fé ao longo da história consiste em testemunhar tal experiência a outras gerações, para que também elas possam sentir e identificar a força de Deus e, assim, experimentar a sua salvação. A autêntica tradição não consiste em palavras, mas, antes de tudo, numa realidade viva, a saber, no transmitir à outra geração o próprio Deus se entregando a nós no Filho e no Espírito, para nos salvar”. REB 375, p. 93-94.
SOLANGE MARIA DO CARMO
DOUTORANDA EM CATEQUESE E PROFESSORA DE TEOLOGIA BÍBLICA NA PUC-BH
AUTORA DA COLEÇÃO CATEQUESE PERMANENTE DA PAULUS EDITORA COM Pe ORIONE (MATERIAL QUE ESTÁ SENDO USADO EM NOSSA DIOCESE)
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