
Adentramos no período da quaresma na última quarta feira. São quarenta dias em que a Igreja nos chama a reflexão, conversão e mudança de vida.
No antigo testamento, quando uma pessoa reconhecia o seu pecado, se vestia com roupas velhas como forma de penitência e arrependimento. As cinzas hoje nos reportam a este estado, um chamado à reflexão e correção de nossas faltas.
O que é conversão? É mudança de vida, é ter coragem de olhar para dentro de si e ver o que te afasta do Reino de Deus. É ver o que lhe causa sofrimento, o que faz mal aos que estão próximos a você e ter a coragem e a humildade para mudar.
Podemos ser bons e competentes em muitas coisas, mas não podemos deixar de olhar onde estão as nossas fraquezas e buscar em Deus a força necessária para superá-las.
Nesse período também fazemos uma alusão aos quarenta anos do povo de Deus no deserto. Deus libertou o seu povo da escravidão do Egito e sob a liderança de Moisés conduziu-os pelo deserto durante este tempo rumo à terra prometida. Durante essa jornada o povo cedeu às suas fraquezas e por muitas vezes murmurou e blasfemou, quiseram voltar à escravidão, adoraram um bezerro de ouro e por isso muitos não entraram no repouso prometido, pois foram rebeldes à vontade e aos cuidados de Deus.
Na primeira e na segunda leitura, a Palavra nos fala sobre a aliança de Deus com o seu povo. Esta aliança que se estabelece a partir do nosso batismo e que se renova a cada celebração Eucarística.
Uma aliança resulta do acordo entre duas partes, Deus de um lado e nós do outro. Ele não quebra e nem falha com sua promessa, mas nós muitas vezes, como o povo no deserto, agimos por impulso, cedemos às nossas fraquezas e deixamos de ser fiéis à aliança que temos com o Criador.
Numa aliança é preciso que haja fidelidade e o compromisso de vivê-la em sua totalidade. Como num casamento, a aliança é o símbolo da união e do compromisso feito de um para com o outro. Mas a aliança de metal não é senão um objeto para que seja lembrado o que foi assumido perante Deus e o cônjuge, mas o essencial é que o que foi acordado seja vivido, do contrário a promessa implícita neste compromisso não se concretiza.
Fazemos muitas alianças no decorrer de nossas vidas. Entre marido e mulher, pais e filhos, no trabalho, entre amigos. Não devemos negligenciar, precisamos ser verdadeiros e comprometidos nessas relações e certamente isso nos levará a aproximar-nos do Reino de Deus!
Imaginemos as alianças como feitas de cristal, para que fosse objeto de todo o nosso cuidado e atenção. Dediquemos, portanto, todo o nosso cuidado e atenção à aliança estabelecida entre cada um de nós com Deus, princípio e fim de todas as coisas.
RÍVIA RAMOS
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