sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dia Litúrgico: Tempo Comum, Semana XXII, Sexta-Feira


Evangelho (Lc 5,33-39): Naquele tempo, os fariseus e os escribas disseram Jesus: «Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem orações, mas os teus discípulos comem e bebem». Jesus, então, lhes disse: «Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, então, quando o noivo lhes for tirado, naqueles dias vão jejuar».

Contou-lhes ainda uma parábola: «Ninguém corta um remendo de roupa nova para costurá-lo em roupa velha. Caso contrário, o novo rasga o velho, e o remendo de roupa nova não combina com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo arrebenta os odres, e perdem-se o vinho e os odres. Vinho novo em odres novos». E disse ainda: «Ninguém que tomou vinho envelhecido, deseja vinho novo, pois diz: O velho é melhor».

Comentário: Rev. D. Frederic RÀFOLS i Vidal (Barcelona, Espanha)

Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles?

Hoje, em nossa reflexão sobre o Evangelho, vemos a armadilha que os fariseus e os mestres da Lei fazem, quando corrompem uma questão importante: simplesmente, eles contrapõem em jejuar e rezar dos discípulos de João e dos fariseus ao comer e beber dos discípulos de Jesus.

Jesus Cristo nos diz que na vida há um tempo para jejuar e rezar, e que há um tempo de comer e beber. Isto é: a mesma pessoa que reza e jejua é a mesma que come e bebe. Vemos na vida cotidiana: contemplamos a alegria simples de uma família, talvez de nossa própria família. E vemos que, em outro momento, a tribulação visita aquela família. Os sujeitos são os mesmos, mas cada coisa ao seu tempo: «Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles? Dias virão...» (Lc 5,34).

Tudo tem seu momento; sob o céu ha um tempo para cada coisa: «Um tempo de rasgar e um tempo de coser» (Qo 3,7). Estas palavras ditas por um sábio do Antigo Testamento, não exatamente dos mais otimistas, quase coincidem com a simples parábola do vestido remendado. E com certeza coincide de alguma maneira com nossa própria experiência. A equivocação é que no tempo de coser, rasguemos, e que durante o tempo de rasgar, cosamos. É então quando nada dá certo.

Nós sabemos que como Jesus Cristo, pela sua paixão e morte, chegaremos à gloria da Ressurreição, e que não todo outro caminho é o caminho de Deus. Exatamente, Simão Pedro é admoestado quando quer distanciar o Senhor do único caminho: «Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!» (Mt 16,23). Se puder gozar de uns momentos de paz e de alegria, devemos aproveitá-los. Com certeza já nos virão momentos difíceis de jejum. A única diferença é que, felizmente, sempre teremos ao noivo conosco. E isso os fariseus não sabiam e, talvez por isso, no Evangelho quase sempre se apresentam como pessoas mal humoradas. Admirando a suave ironia do Senhor que se reflete no Evangelho de hoje, sobretudo, procuremos não ser pessoas mal humoradas.




MARCADOR: LITURGIA

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