domingo, 19 de setembro de 2010

O EVANGELHO E O “JEITINHO BRASILEIRO”


A chamada parábola do administrador infiel é mesmo desconcertante, incômoda. Jesus apresenta para dar uma lição aos seus discípulos. Perguntamo-nos: será que ele não poderia usar um exemplo cem por cento politicamente correto?

O fato, porém, é que mesmo as pessoas desonestas, os pecadores notórios, possuem valores e têm algo a nos ensinar. É claro que Jesus não está elogiando a desonestidade em si, mas a sabedoria, a rapidez de raciocínio. Como muitas vezes confundimos bondade com frouxidão, humildade com desleixo, santidade com ingenuidade, o evangelho de hoje é como que um “chacoalhão”, para nos dizer: vamos usar nossa inteligência para fazer o bem!.

Baseados nessa parábola, podemos pensar que o “jeitinho brasileiro”, ou seja, o uso de certa esperteza, não é necessariamente um mal, um vício. Quanta gente dá sempre um “jeitinho” para sustentar os filhos, para estudar, para levar adiante a família? Quantos “fazem das tripas coração” para salvar vidas, para ver lágrimas se converter em sorriso? O nosso jeitinho brasileiro de ser não deve ser usado para levar vantagem a qualquer custo, para causar prejuízo aos outros, para corromper. Não! Nossa maneira de ser deve ser utilizada em favor da vida e da solidariedade.

Aprendamos a usar nossas energias e nossa criatividade para anunciar e viver a mensagem de Jesus num mundo que nem sempre é educado e gentil, mas via de regra persegue ou simplesmente ignora os que fazem da justiça, da solidariedade, do perdão seu estilo de vida. Creiamos, nosso mundo ainda tem jeito!

Pe Claudiano a. dos Santos, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO “O DOMINGO”
MARCADOR: LITURGIA
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