4. SOCIEDADE INDUSTRIAL AVANÇADA
A saga da industrialização do ocidente continua com todas as suas contradições. Nos últimos cem anos, deu-se verdadeiro salto acrobático para alturas nunca imaginadas. Aposenta-se o carvão. Em seu lugar, o petróleo assume a absoluta liderança como fonte de energia, especialmente no mundo do transporte. Trens, automóveis, caminhões, ônibus, aviões, navios e milhares de tipos de máquinas são movidos pelo ouro negro. O produto final do CO2, em toneladas, polui os ares, aquece a atmosfera, afeta a camada do ozônio. Toda uma ladainha se ouve cada dia sobre os efeitos nefastos do dióxido de carbono. No entanto, as montadoras de veículos crescem e lançam no mercado milhões de automotores.
Agora, sim, a destruição da natureza adquire dimensões alarmantes. Todo um conjunto de efeitos colaterais se soma. Escapam-nos à previsão os efeitos que essa última onda industrialista está a provocar. Se, de um lado, tornam-se medidas de precaução, de controle, de outro, burlam-se essas mesmas medidas com enorme cumplicidade do Estado e dos próprios cidadãos.
O inchamento das metrópoles, especialmente no hemisfério sul, tem produzido processos combinados de agressão à natureza. Destruição de áreas verdes, poluição crescente das águas, aumento indiscriminado de veículos com a conseqüente poluição do ar, aquecimento do ambiente por diversos fatores conjugados, acúmulo de lixo não tratado, surgimento de doenças endêmicas a ponto de transformar-se em pandemia. No final da linha está a degradação da vida humana e de toda vida. Perde-se o equilíbrio da natureza por força da agressão tecnológica moderna. Ganha-se em certa comodidade, mas paga-se o preço da qualidade de vida para os humanos e da conservação do meio ambiente.
J.B. Libanio, sj
Texto publicado no folheto “O DOMINGO”
MARCADOR: ECOLOGIA E MISSÃO
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