A catequese aparece no cenário eclesial como assunto controverso. Marginalização e incentivo são duas reações comuns ao tema. De fato, a catequese hoje sofre muitas críticas: doutrinação, sacramentalização, politização, ideologização, continuísmo, escolarização da fé, pastoral de manutenção, devocionismo popular. Muitos a consideram carta fora do baralho, pois parece não levar em conta as mudanças atuais que as ciências do homem apresentam, especialmente a antropologia, a sociologia, a psicologia, e nem mesmo parece considerar os avanços da teologia. A catequese não se emparelha com a reflexão teológica – tão avançada no momento! Um abismo assustador separa essas duas realidades: a reflexão e a prática catequética. De outra parte, a catequese é respeitada, revalorizada. Assistimos a um autêntico florescer da catequese. Nomes ímpares se dedicam a esse tema e a catequese virou foco de estudos, de aprofundamentos, de simpósios e congressos. A secularização, aliada à evasão crescente de católicos da Igreja, e, por outro lado, a redescoberta do sagrado impulsionaram os pensadores católicos a se debruçarem sobre o problema catequético, e não poucos são aqueles que têm tomado a atividade catequética como esperança da Igreja do futuro. Cresce a preocupação com a catequese. Multiplicam-se as ofertas de roteiros catequéticos; reaparecem os documentos oficiais de Roma ou das Conferências Episcopais. Aumenta o interesse por cursos que formam catequistas, ajudando a refletir sobre o conteúdo e a didática da catequese. Há um desejo de saber para onde direcionar a ação catequética da Igreja, tão antiga quanto a Igreja mesma! Tal oferta parte de vários grupos, sobretudo das paróquias, das dioceses, das Conferências Episcopais e até das editoras católicas.
E isso sem falar na evangelização. Se entendemos a catequese como evangelização, o leque de possibilidades aumenta vertiginosamente. Assistimos a um verdadeiro florescer do ímpeto evangelizador, ainda mais depois da intuição de João Paulo II, que desembocou no projeto Rumo ao Novo Milênio. Apesar de o termo evangelização ser polissêmico, por dizer respeito também à ação pastoral da Igreja, percebe-se uma sensibilidade atual para a necessidade do anúncio da Palavra de Deus. Jornadas de evangelização, encontros de evangelização, técnicas de evangelização, comunidades missionárias e evangelizadoras, o Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus... Esse rico vocabulário aponta para uma sensibilidade que emerge no interior da vida eclesial, quando o cristão olha perplexo para o mundo e percebe que ele não está mais em regime de Cristandade e que cresce galopante a secularização. Então, como fazer catequese hoje? Basta apenas animar os encontros, como se o problema fosse unicamente um cansaço pastoral ou a falta de criatividade dos catequistas?
Esse é um tema empolgante e vamos continuar a pensar nele na próxima semana.
SOLANGE MARIA DO CARMO
DOUTORANDA EM CATEQUESE E PROFESSORA DE TEOLOGIA BÍBLICA NA PUC-BH
AUTORA DA COLEÇÃO CATEQUESE PERMANENTE DA PAULUS EDITORA COM Pe ORIONE (MATERIAL QUE ESTÁ SENDO USADO EM NOSSA DIOCESE)
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