terça-feira, 14 de junho de 2016

Terças Missionárias - Surgimento das paróquias e sua evolução

Caríssimos, paz.

Retomando nosso relato sobre o Documento 100 – Comunidade de comunidades, temos hoje o capítulo 3 que trata de como surgiu a paróquia, como foi a sua evolução com o passar do tempo e qual a sua importância. A paróquia é um instrumento importante para a construção da identidade cristã. É o lugar onde o cristianismo se torna visível em nossa cultura e história. Muitos aspectos históricos precisam ser relembrados para se entender as mudanças que ocorrera ao longo do tempo e para acentuar o entendimento sobre o sentido comunitário da fé cristã.

As comunidades na Igreja antiga e a origem das paróquias
As primeiras comunidades cristãs transmitiram a Palavra de Jesus com dificuldades e perseguições, mas sem perder a esperança. Nos três primeiros séculos, os cristãos viviam sua fé de forma clandestina. A comunidade era um refúgio para os cristãos que viviam numa sociedade de contrastes. Aprofundou-se a ideia de fraternidade cristã, a irmandade, prestando auxílio às viúvas, aos doentes, aos idosos, aos órfãos, mesmo não sendo cristãos. Mas não tinham uma identidade. Em 313, o Edito de Milão declarou a liberdade religiosa em todo o Império Romano e então as sociedades cristãs puderam expressar a sua fé e se organizar. No final do século IV, chamavam-se paróquias as comunidades rurais afastadas da cidade onde moravam o bispo e seu presbitério. No século V o sistema paroquial adquire maior autonomia com os presbíteros que estão à sua frente, desenvolvendo funções como presidir a Eucaristia, batizar, promover a reconciliação, sendo considerados delegados do bispo. Aos poucos o sistema paroquial se instala nas cidades. Diminuiu a força da pequena comunidade e a diocese emergiu como expansão das comunidades eclesiais urbanas. Para garantir a unidade da Igreja, concretamente expressa na Eucaristia, constituiu-se o fermentum, fragmento do pão consagrado. Instalava-se então a comunhão entre a comunidade paroquial, animada pelo presbítero, e a Igreja Particular, coordenada pelo bispo.

A formação das paróquias no Brasil
No século XVI o catolicismo chegou ao Brasil e foi marcado pelas ordens religiosas e as irmandades de fiéis. Mas em 1855 a vida cristã nos moldes das ordens religiosas ficou comprometida por algumas medidas do Império que fechou os noviciados brasileiros. Assim, as paróquias permaneceram como a única instituição do catolicismo no país. Com a proclamação da República em 1889, houve a chegada de congregações religiosas europeias, mas tiveram dificuldades para formar uma unidade paroquial, devido ao tamanho do território brasileiro. Cresceu um catolicismo caracterizado pela intensa participação do leigo em associações, onde há muita reza e pouca missa. Já nas décadas de 1930 a 1950, a Igreja deparou-se com o crescimento dos centros urbanos, a ditadura do governo Vargas, ou seja, grandes desafios que estimularam uma resposta. Esta experiência da Igreja indo ao encontro da realidade brasileira, preparou-a para receber as propostas do Concílio Vaticano II. Desde 1962 a Igreja no Brasil ocupa-se do tema renovação paroquial e começou a traçar as linhas de uma pastoral de conjunto, onde os leigos foram estimulados a trabalhar pelo bem comum.

“A paróquia é presença eclesial no território, âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium).












                          
  TATIANE BITTENCOURT 

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