domingo, 5 de junho de 2016

MISERICÓRDIA QUE SALVA

Junto à porta da cidade de Naim, duas procissões se encontram: Jesus está entrando na cidade para continuar sua missão, acompanhado pelos discípulos e pela multidão; saindo da cidade, uma viúva com o filho morto e uma grande multidão.

Jesus, o Senhor da vida, interrompe seu caminho ao ver o choro daquela mulher. Mulher sofrida, já marcada pela morte do marido e agora pela morte do filho único, sua única herança. Jesus revela o rosto do Deus bondoso que se volta para as pessoas, que se compadece com o sofrimento humano, que sofre com quem sofre, aproximando-se não simplesmente para consolar com palavras, mas sobretudo para agir e restituir a vida.

Sofrimento e morte são parte de nossa jornada neste mundo. Nascemos, vivemos cambaleando entre alegrias e sofrimentos, para enfim passarmos à vida definitiva. Mas, vamos convir, o mundo prova de modo especial muitas pessoas, vítimas da maldade humana, do egoísmo, da injustiça. E como faz mal nos acostumarmos a um mundo malvado. Seja o sofrimento das 12 milhões de pessoas à beira da morte, enfrentando a seca e as guerras no Chifre da África, seja a tristeza de uma viúva que perdeu o filho único: quando a tragédia alheia já não nos tocar, então algo essencial estará faltando em nosso seguimento do Mestre da compaixão. Para não dizer que, neste caso, estaria se perdendo nossa humanidade mesma.

O caminho de Jesus é caminho de vida exatamente porque se encontra com caminhos de morte e os transforma. Ao ensinar a atitude da misericórdia, Jesus nos convida a seguir sua procissão de vida. Isso implica aproximar-nos de sofredores de carne e osso, para tentar sentir e aliviar seu sofrimento, de algum modo. Pois, no sofrimento que nos iguala como seres humanos, sempre encontraremos quem sofre mais que nós. E é na atitude misericordiosa, na compaixão pelos que mais sofrem, não em teorias e discursos, que testemunhamos ao mundo o amor de um Deus que, ainda hoje, está visitando o seu povo.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

TEXTO EXTRAÍDO DO FOLHETO “O DOMINGO”
SEMANÁRIO LITÚRGICO-CATEQUÉTICO

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