segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Dia Litúrgico: Segunda-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Evangelho (Mc 2,18-22): Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram então perguntar a Jesus: «Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?» Jesus respondeu: «Acaso os convidados do casamento podem jejuar enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então, naquele dia jejuarão. 

»Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha; senão, o remendo novo repuxa o pano velho, e o rasgão fica maior ainda. Ninguém põe vinho novo em odres velhos, senão, o vinho arrebenta os odres, e perdem-se o vinho e os odres. Mas, vinho novo em odres novos!»
Comentário: Rev. D. Joaquim VILLANUEVA i Poll (Barcelona, Espanha)
«Acaso os convidados podem jejuar enquanto o noivo está com eles?»
Hoje, vemos como os judeus, além do jejum prescrito para o Dia da Expiação (cf. Lev 16,29-34), observavam muitos outros jejuns, tanto públicos como privados. Eram expressão de dor, de penitência, de purificação, de preparação para uma festa ou uma missão, de pedido a Deus de uma graça, etc. Os judeus piedosos consideravam o jejum como um ato próprio da virtude da religião e algo muito grato a Deus: aquele que jejua dirige-se a Deus em atitude de humildade, pede-lhe perdão, privando-se de algo que, causando-lhe satisfação, o iria afastar dele.

O fato de Jesus não incutir esta prática nos seus discípulos e naqueles que O escutavam, surpreende os discípulos de João e os fariseus. Pensam que se trata de uma omissão importante nos Seus ensinamentos. E Jesus dá-lhes uma razão fundamental: « Podem por acaso os convidados do casamento jejuar enquanto o noivo está com eles?» (Mc 2,19). Segundo a interpretação dos profetas de Israel, o esposo é o próprio Deus, e é manifestação do amor de Deus pelos homens (Israel é a esposa, nem sempre fiel, objeto do amor fiel do esposo, Yahvéh). Ou seja, Jesus equipara-se a Yahvéh. Declara aqui a sua divindade: chama aos seus amigos «os amigos do esposo», os que estão com Ele, e então não precisam de jejuar porque não estão separados dele.

A Igreja permaneceu fiel a este ensinamento que, vindo dos profetas e sendo até uma prática natural e espontânea em muitas religiões, é confirmado por Jesus Cristo, que lhe dá um sentido novo: jejua no deserto como preparação para a Sua vida pública, diz-nos que a oração se fortalece com o jejum, etc.

Entre aqueles que escutavam o Senhor, a maioria seria constituída por pobres, que saberiam de remendos em roupas; haveria vindimadores que saberiam o que acontece quando o vinho novo se deita em odres velhos. Jesus recorda-lhes que têm de receber a Sua mensagem com espírito novo, que rompa o conformismo e a rotina das almas envelhecidas, que o que Ele propõe não é mais uma interpretação da Lei, mas uma vida nova.

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