Sem. Thales Nogueira Pereira Nascimento
1º Teologia – Diocese de Lorena
Caríssimos leitores do blog VOCATIONIS! Nesta terceira parte de nossa série, gostaria de apresentar a estrutura geral da Santa Missa do Rito Ordinário, ou pós-conciliar. Missa esta que se faz presente no cotidiano de nossas paróquias e comunidades.
Compõe a estrutura geral da Missa a Liturgia da Palavra, em seguida, a Liturgia Eucarística. A Constituição Apostólica Sacrosanctum Concílium, nº 56, expressa que “A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto” [1]. Portanto, a Liturgia da Palavra consiste no ouvir aquilo que o Senhor irá falar ao seu povo, assim a assembleia é convidada a escutar a palavra de Deus com muita atenção, fé e disposição. Principalmente, aquele que irá proclamar a Palavra, que seja muito bem preparado com antecedência. Por isso, a necessidade de ministérios que priorizem a preparação de ministros da palavra. A estrutura da Liturgia da Palavra consiste na Primeira Leitura (sempre do Antigo Testamento, e, no Tempo Pascal, dos Atos dos Apóstolos),Salmo Responsorial, Segunda Leitura (Somente nas missas dominicais e solenidades, facultativa nas festas).
O Evangelho (este proclamado pelo diácono ou o presbítero que preside a Santa Missa). Em seguida o sacerdote profere à sua assembleia a Homilia. “A homilia é parte da liturgia e vivamente recomendada” [2] Ela só pode ser dirigida à assembleia pelo celebrante ou por um concelebrante, em alguns casos por um diácono. Nela o presidente da celebração faz uma reflexão sobre as leituras proclamadas ao longo da Liturgia da Palavra.
Ao termino da Homilia, seja feito um instante de silencio Litúrgico, momento este salientado pelo Papa Bento XVI, na exortação pós-sinodal Verbum Domini na qual afirma, “Por isso, hoje é necessário educar o povo de Deus para o valor do silêncio” [3]. Em seguida, o Santo Padre também afirma, “Que este valor brilhe particularmente na Liturgia da Palavra” [4]. O silêncio nos ajuda entrar profundamente em contato com a palavra de Deus é necessário deixarmos que Deus fale em nosso coração. Em seguida, reza-se a Profissão de Fé (Creio) (Domingos e Solenidades, facultativa em algumas festas), pode ser o Símbolo Niceno-constantinopolitano (325), ou Símbolo Apostólico.
A última parte da Liturgia da Palavra consiste na Oração universal ou dos fiéis, onde a assembleia eleva a Deus as suas preces, pela igreja, pelos governantes e demais necessidade da assembleia e pela salvação de todo o mundo.
Terminada a Liturgia da Palavra, tem se início à Liturgia Eucarística, com a Apresentação das Oferendas juntamente com o Canto do Ofertório. Neste momento são apresentados ao altar do Senhor o Pão e o Vinho que se tornarão o Corpo e o Sangue de Jesus. Portanto, após terem participado da mesa da Palavra, à assembleia passa a participar da mesa Eucarística. Portanto, a mesa do Senhor dever ser preparada, o sacerdote ora oferecendo as espécies do pão e do vinho.
A Estrutura da Liturgia Eucarística consiste na Oração sobre as oferendas, ou seja, o sacerdote ao ter depositado as ofertas do pão e do vinho, e concluídos os ritos adequados, o sacerdote convoca a assembleia a orarem com juntamente com ele. Ao término desta, o povo responde Amém. Em seguida tem-se início a Oração Eucarística, nela o “Sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em nome de toda a comunidade”. [5]
Dentro da Oração Eucarística, apresentam-se alguns elementos que a compõem:
1-Ação de Graças - (Prefácio) de acordo com o Tempo Litúrgico (Festa e Solenidade);
2-Santo – Proferido por toda a assembleia e pelo presidente da celebração (pode ser cantado);
3-Epiclese – Invocações ao Espírito Santo, para que as oferendas se tornem o Corpo e o Sangue do Senhor;
4- Consagração (Narrativa da Instituição);
5- Oblação - Oferecimento do Sacrifício,
6- Intercessões – A Igreja terrestre unida com a celeste, reza por seus pastores pelo Santo Padre o Papa e pelos Irmãos falecidos,
7- Doxologia Final - Por Cristo, com Cristo e em Cristo e o povo aclama amém, encerrando a Oração Eucarística.
O Rito da Comunhão começa com o a Oração do Pai-nosso, convocada anteriormente pelo presidente da celebração. “Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica a toda comunidade seja libertada de todos os males”. [6]
Depois, o Rito da Paz, nesta oração a assembleia clama pela paz e a unidade e para todos. No que diz respeito à transmissão da Paz segue-se as instruções estabelecidas pelas Conferências Episcopais. Depois acontece a Fração do Pão, o sacerdote parte o Pão Eucarístico, sendo este rito reservado ao sacerdote, a assembleia nesse momento canta o Cordeiro de Deus.
A Comunhão começa quando “O sacerdote prepara-se em silêncio para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio” [7] (mas uma vez a importância do SILÊNCIO antes e depois da COMUNHÃO).
Após a Comunhão tendo toda a assembleia recebido a Eucaristia, é recomendado um instante de silencio litúrgico, em seguida encerra-se a Liturgia Eucarística com a Oração Pós-comunhão.
Enfim, Caríssimos Leitores eis uma pequena explanação sobre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, elementos gerais da Santa Missa. Portanto, é necessário que o Cristão Católico busque cada vez mais o significado da Celebração da Santa Missa, pois é nela que celebramos o mistério pascal de Cristo. Na próxima série serão abordadas outras partes importantes da Missa como os Ritos Iniciais e os Ritos Finais. Até a Próxima!!!
[1] Conc. Ecum. Vat. II, Const. Sobre a S. Liturgia, Sacrossanctum Concilium, n. 56.
[2] Conc. Ecum. Vat. II, Const. Sobre a S. Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 52.
[3] Exortação pós-sinodal Verbum Domini n. 66,
[4] Exortação pós-sinodal Verbum Domini n. 66.
[5] Intro. Geral do Missal Romano e Intro. ao Lecionário n.77 p.61.
[6] Intro. Geral do Missal Romano e Intro. ao Lecionário n.81 p.63.
[7] Intro. Geral do Missal Romano e Intro. ao Lecionário n.84 p.65.
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