quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia Litúrgico: Quinta-feira da 1ª semana do Advento


Evangelho (Mt 7,21.24-27): Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: «Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem sensato, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não desabou, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e ela desabou, e grande foi a sua ruína!».

Comentário: Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret (Vic, Barcelona, Espanha)
«Entrará no Reino dos Céus(...)aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus»
Hoje, a palavra do Evangelho convida-nos a meditar com seriedade sobre a infinita distância que há entre o mero “escutar-invocar” e o “fazer” quando se trata da mensagem e da pessoa de Jesus. E dizemos “mero” porque não podemos esquecer que há modos de escutar e de invocar que não comportam o fazer. De fato, todos os que —tendo escutado o anúncio evangélico— acreditam, não serão confundidos; e todos os que, tendo acreditado, invocam o nome do Senhor, se salvarão ensina-o São Paulo na Carta aos Romanos (ver 10,9-13). Trata-se, neste caso, dos que acreditam com fé autêntica, aquela que «atua mediante a caridade», como escreve também o Apóstolo.

Mas é um fato que muitos acreditam e não fazem. A carta do apóstolo Santiago denuncia-o de uma maneira impressionante: «Sede, pois executores da palavra e não vos conformeis com ouvi-la somente, enganando-vos a vós mesmos» (1,22); «a fé, se não tem obras, está verdadeiramente morta» (2,17); «como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta» (2,26). É o que rejeita, também inolvidavelmente, São Mateus quando afirma: «Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus» (7,21).

É necessário, portanto, escutar e cumprir; é assim que construímos sobre a rocha e não em cima da areia. Como cumprir? Perguntemo-nos: Deus e o próximo enchem-me a cabeça —sou crente por convicção? E quanto ao bolso, compartilho os meus bens com critério de solidariedade?; No que se refere à cultura, contribuo para consolidar os valores humanos no meu país?; No aumento do bem, fujo do pecado de omissão?; Na conduta apostólica, procuro a salvação eterna dos que me rodeiam? Numa palavra: sou uma pessoa sensata que, com obras, edifico a casa da minha vida sobre a rocha de Cristo?

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