Em suas aparições aos discípulos,
Jesus falava do Espírito que deviam receber os que tivessem fé nele (João
7,37-39). A solenidade da Vigília de Pentecostes faz memória à confiança e
união dos apóstolos em Jerusalém, na espera obediente do sopro divino que infundiria
as bênçãos do ressuscitado nos projetos missionários e inflamaria os dons do
Espírito na mente, alma e coração dos que serviriam como instrumentos de paz
O que anteriormente foi prometido
pelos profetas em Cristo cumpriu-se. O Pai em comunhão com o Filho e o Espirito
Santo derramou suas graças sobre Nossa Senhora, os discípulos e a todos que
deixaram tornar-se morada santa e consequentemente propuseram-se a transmitir o
amor e a alegria à frágil assembleia humana. A igreja católica como instituição
fundada pelas mãos gloriosas de um Deus fiel unge a criatura que através da
divindade do batismo assume a natureza de filho em um elo paternal uno com a
trindade santa.
Os símbolos e sinais do cristianismo
são meios visíveis de entender a graça imposta sobre os apóstolos e também
sobre nós. A resposta madura de aceitação e fé se faz na crisma. É o momento de
assumir a necessidade do acompanhamento de Cristo na jornada humana, é o ápice
da sede da força e aceitação da plenitude pentecostal. Como os apóstolos,
devemos também deixá-lo agir e aprofundar-se em nosso destino, valorizando os
privilégios transcendentais dos dons do Espírito.
A liturgia desta vigília ajuda o homem
a superar a ganância da busca pelo status de superioridade figurada na
construção da torre de Babel, colocando o ser na condição humana de criatura
inferior ao divino. Na citação: “Desçamos e confundamos!” (Gn 11, 1-9). Deus
comunidade confirma sua trindade através do pluralismo.
Render-se e humildemente confessar as
fraquezas em socorro do Pai faz-nos todos mais humanos e sensíveis às vontades
do alto. Nada somos e o pouco que somos
devemos à força, proteção e ao amor incondicional de um Cristo que nos socorre
e nos encaminha para a santidade. Que como em Pentecostes o ressuscitado acenda
nossos dons “(...) e da terra toda face renovai” ( Salmo 103(104)).
Julia Beck
Pastoral da Comunicação
Paróquia Nossa Senhora Aparecida
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