Jesus continua a nos
interrogar também hoje: “Quem sou eu para você? Trata-se de pergunta intrigante
à qual nem sempre conseguimos dar resposta adequada. E a resposta mais adequada
não consiste nas palavras que aprendemos no catecismo, mas, sim, no compromisso
que firmamos com o projeto de Cristo.
Não basta dizer que Jesus é um
profeta ou uma grande personagem que nasceu e viveu há dois mil anos. É preciso
fazer nossa a resposta de Pedro: Jesus é o Messias de Deus. Isso significa
acreditar que ele é o Filho de Deus, o ungido pelo Espírito para uma missão. Encarnando-se
no seio de Maria, Deus, em Jesus, veio morar entre nós.
Quando respondemos sabiamente
e nos comprometemos com Jesus, mostramo-nos dispostos a assumir a cruz do dia a
dia. Olhamos sempre adiante com otimismo e não nos amedrontamos com as
dificuldades que surgem diante de nós. Jesus não foi ao encontro da cruz; ela
veio até ele à medida de sua fidelidade ao Pai. Também nós não precisamos
inventar cruzes para demonstrar nossa fidelidade ao Pai, basta-nos assumir a
cruz do compromisso de discípulos e missionários.
Quando confessamos que Jesus é
o ungido e o enviado de Deus, reconhecemos que ele não é um sonhador sem base
na realidade, mas o autêntico “reformador” da humanidade, com programa claro e
objetivo, capaz de transformar de verdade a comunidade e a sociedade. Aceita-lo
significa deixar de lado a injustiça, o ódio, a violência e tudo aquilo que
fere a dignidade humana.
A pergunta de Jesus é dirigida
a todos, mas a resposta só é possível aos que estão dispostos a segui-lo
partilhando com ele o caminho que leva à cruz. Aquele que nos interroga – e ao
qual muitas vezes nos recusamos a responder para não nos comprometer – é justamente
aquele que nos salva, aquele do qual depende nosso destino.
Pe. Nilo Luza, ssp
TEXTO PUBLICADO NO FOLHETO "O DOMINGO"
23/06/2013
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