Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, paz. Continuando nosso
estudo sobre o capítulo IV de Amoris
Laetitia, “Sobre amor na família”, o matrimônio nos é definido como uma
união afetiva e espiritual, que reúne em si a ternura da amizade e a paixão,
embora seja capaz de sobreviver mesmo quando a paixão enfraquece com o tempo.
Como vimos anteriormente, o matrimônio transporta para o seio familiar a união
de Cristo com a Igreja. Um amor frágil, incapaz de aceitar o matrimônio como um
desafio que exige lutar, renascer, reinventar-se e recomeçar sempre, não pode
ser sustentado com compromisso. No matrimônio, convém cuidar da alegria do
amor. A experiência estética do amor exprime-se no olhar que contempla o outro
como fim em si mesmo, ainda que o outro esteja doente, velho ou privado de
atrativos sensíveis. O dom do amor divino que se derrama nos esposos é, ao
mesmo tempo, um apelo a um constante desenvolvimento deste dom da graça.
O diálogo é
fundamental para que os esposos vivam a graça que receberam com o sacramento do
matrimônio; indispensável para viver e amadurecer o amor na vida matrimonial e
familiar. Porém, requer uma longa aprendizagem. Devemos reservar tempo de
qualidade, que permita escutar o outro com paciência, até que o outro tenha
manifestado tudo o que precisava comunicar. Além disso, temos que desenvolver o
hábito de dar a real importância ao outro, tratando-a com valor e reconhecendo
que ela tem o direito de pensar a sua própria maneira e de ser feliz. Isso
requer demonstrações de carinho; é preciso ter algo para se dizer, o que requer
riqueza interior, oração, escuta e reflexão da Palavra e abertura ao que ocorre
na sociedade.
O Concílio
Vaticano II ensinou que este amor conjugal “compreende o bem de toda a pessoa
e, por consequência, pode conferir especial dignidade às manifestações do corpo
e do espírito, tornando-as elementos e sinais significativos do amor conjugal”.
Desejos, sentimentos e emoções ocupam um lugar importante no matrimônio. Jesus
vivia as coisas com emoção, sempre com seu coração humano aberto aos outros.
Quando se tem uma família madura, a vida emotiva dos seus membros se transforma
em uma sensibilidade que não domina, nem obscurece as escolhas e os valores. A
família deve contemplar a alegria; Ele criou tudo para o ‘nosso bom uso’.
Este
capítulo traz ainda a questão da sexualidade, criada por Deus. São João Paulo
II dizia que “o ser humano também é chamado à plena e madura espontaneidade das
relações”. A sexualidade é dom de Deus que embeleza o encontro dos esposos. O
que ocorre é que por vezes o ser humano apresenta algumas patologias que
transformam a sexualidade no matrimônio em sofrimento e manipulação.
v Matrimônio e virgindade –“Muitas pessoas, que vivem sem se casar, não só se dedicam
a sua família, mas muitas vezes prestam grandes serviços no seu círculo de
amigos, na comunidade eclesial e na vida profissional. Depois, muitas põem seus
talentos a serviço da comunidade cristã, como sinal da caridade e do
voluntariado.
v A transformação do amor – O amor pode transformar-se com o tempo, de modo que a
relação íntima e a mútua pertença se mantém, porém o desejo sexual que o atraía
para outra pessoa mude, porém não se perde o sentimento de pertença ao outro.
Na história de um casal a aparência física muda, mas isso não significa que a
atração amorosa diminua. Um cônjuge
enamora-se pela pessoa inteira do outro.
“A sexualidade, pela qual homem e mulher se dão
mutuamente através de atos que são próprios e exclusivos de cônjuges, de modo
algum é algo puramente biológico, mas diz respeito ao mais recôndito da pessoa
humana como tal. Só se consuma de um modo inteiramente humano se fizer parte
integral do amor, através do qual um homem e uma mulher se comprometem
totalmente um com o outro até a morte. (Exortação apostólica Familiaris
Consortio, 22.11.1981)
Papa Joao Paulo II
Tatiane Bittencourt
COMIPA
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