Caríssimos, paz.
Retomando nosso relato sobre o Documento 100 – Comunidade de comunidades,
temos hoje o capítulo 3 que trata de como surgiu a paróquia, como foi a sua
evolução com o passar do tempo e qual a sua importância. A paróquia é um
instrumento importante para a construção da identidade cristã. É o lugar onde o
cristianismo se torna visível em nossa cultura e história. Muitos aspectos
históricos precisam ser relembrados para se entender as mudanças que ocorrera
ao longo do tempo e para acentuar o entendimento sobre o sentido comunitário
da fé cristã.
As comunidades na Igreja antiga e
a origem das paróquias
As primeiras
comunidades cristãs transmitiram a Palavra de Jesus com dificuldades e
perseguições, mas sem perder a esperança. Nos três primeiros séculos, os
cristãos viviam sua fé de forma clandestina. A comunidade era um refúgio para
os cristãos que viviam numa sociedade de contrastes. Aprofundou-se a ideia de fraternidade
cristã, a irmandade, prestando auxílio às viúvas, aos doentes, aos
idosos, aos órfãos, mesmo não sendo cristãos. Mas não tinham uma identidade. Em
313, o Edito de Milão declarou a liberdade religiosa em todo o Império Romano e
então as sociedades cristãs puderam expressar a sua fé e se organizar. No final
do século IV, chamavam-se paróquias as comunidades rurais afastadas da cidade
onde moravam o bispo e seu presbitério. No século V o sistema paroquial adquire
maior autonomia com os presbíteros que estão à sua frente, desenvolvendo
funções como presidir a Eucaristia, batizar, promover a reconciliação, sendo
considerados delegados do bispo. Aos poucos o sistema paroquial se instala nas
cidades. Diminuiu a força da pequena comunidade e a diocese emergiu como
expansão das comunidades eclesiais urbanas. Para garantir a unidade da Igreja,
concretamente expressa na Eucaristia, constituiu-se o fermentum, fragmento do pão consagrado. Instalava-se então a
comunhão entre a comunidade paroquial, animada pelo presbítero, e a Igreja
Particular, coordenada pelo bispo.
A formação das paróquias no
Brasil
No século XVI o catolicismo
chegou ao Brasil e foi marcado pelas ordens religiosas e as irmandades de
fiéis. Mas em 1855 a vida cristã nos moldes das ordens religiosas ficou
comprometida por algumas medidas do Império que fechou os noviciados
brasileiros. Assim, as paróquias permaneceram como a única instituição do
catolicismo no país. Com a proclamação da República em 1889, houve a chegada de
congregações religiosas europeias, mas tiveram dificuldades para formar uma
unidade paroquial, devido ao tamanho do território brasileiro. Cresceu um
catolicismo caracterizado pela intensa participação do leigo em associações,
onde há muita reza e pouca missa. Já nas décadas de 1930 a 1950, a Igreja
deparou-se com o crescimento dos centros urbanos, a ditadura do governo Vargas,
ou seja, grandes desafios que estimularam uma resposta. Esta experiência da
Igreja indo ao encontro da realidade brasileira, preparou-a para receber as
propostas do Concílio Vaticano II. Desde 1962 a Igreja no Brasil ocupa-se do
tema renovação
paroquial e começou a traçar as linhas de uma pastoral de conjunto,
onde os leigos foram estimulados a trabalhar pelo bem comum.
“A paróquia é presença eclesial no território, âmbito para
a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a
caridade generosa, a adoração e a celebração” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium).
TATIANE BITTENCOURT
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