Caríssimos
irmãos e irmãs em Cristo, paz.
Hoje vamos relatar um pouco sobre o que trata o capítulo 2 do Documento
100 da CNBB, Comunidade de comunidades.
Nós cristãos encontramos no
modelo de vida de Jesus e dos apóstolos a inspiração para sermos e vivermos em
comunidade. A experiência familiar e comunitária marcou a constituição do Povo
de Deus: Abraão, como o pai da grande nação; Isaac e Israel como os patriarcas
das doze tribos; Moisés, como o libertador da escravidão; os profetas anunciam
a vontade de Deus; e o exílio no Egito refere à saudade da Terra Prometida.
Percebem como os povos daquela época já viviam em comunidade?
Jesus
participava dos costumes de sua religião: ele rezava com o povo e ia aos
sábados na sinagoga. Participava da vida comunitária de Israel e apoiava a
experiência comunitária da vivência da fé. Jesus se apresentou como um
servidor: “Vinde a mim todos os
que estão cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai
sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de
coração” (Mt 11, 28-29). E valorizou os humildes: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes
aos pequeninos” (Mt 11,
25).
Jesus ia ao encontro das pessoas, tinha um cuidado especial com os
doentes e apresentava um caminho de vida nova. Não excluía ninguém. Através das
parábolas comparava as coisas de Deus com o dia a dia das pessoas.
Sua própria
vida era o testemunho do que ensinava.
Ele tinha a
certeza da presença do Espírito de Deus em sua vida.
Valorizou a
casa das famílias e a vivência em comunidade.
A
comunidade de apóstolos e discípulos foi aprendendo com Jesus
um novo jeito de viver, na oração em comum, na
partilha dos bens, na amizade, na igualdade, no serviço, no perdão e na
alegria. Jesus também apresentou quatro recomendações para a missão dos
discípulos: a hospitalidade (levar a paz), a partilha, a comunhão da mesa e a
acolhida aos excluídos.
Na
manhã da Páscoa, a comunidade dos discípulos fez a experiência do encontro com
Jesus ressuscitado. O Ressuscitado transmitiu aos apóstolos o Espírito Santo,
para que se tornassem testemunhas do Evangelho. Então
saíram os apóstolos e criaram comunidades, ensinando, partilhando os bens
materiais, fortalecendo assim o entendimento do dízimo, e os bens espirituais.
Esses elementos permitiam que a própria existência da comunidade fosse
essencialmente missionária. Por meio da Eucaristia, a fé e a esperança vindas
de Cristo são sustentadas. Os cristãos receberam o envio de Jesus: “Ide, pois, fazer
discípulos entre todas as nações”
(Mt
28, 19). A
comunidade cristã anuncia Jesus Cristo e acolhe novos membros que, pelo
Batismo, tornam-se discípulos do Senhor, para testemunharem com
palavras e gestos o Evangelho do Reino de Deus. A missão é sustentada
especialmente por casais missionários e o carisma das mulheres é fundamental
para entender a obra missionária. O Apóstolo Paulo emprega o conceito de Igreja
Doméstica, indicando que as comunidades se reuniam na casa dos
cristãos. A Igreja do Novo Testamento será chamada de ekklesia, o que significa comunidade reunida para ouvir a Palavra
de Deus e celebrar a Ceia. A comunidade primitiva foi marcada pela experiência
da presença viva do Espírito Santo, pois o Reino de Deus se revela na palavra e nas
obras. Utiliza-se a ideia de Corpo de Cristo, do qual cada pessoa é membro.
O ser humano se forma nas relações que estabelece com a
comunidade de fé.
Deus nos ajude a sermos missionários,
continuadores da missão dos apóstolos, anunciadores e testemunhas do Evangelho
de Cristo e da paz.
Tatiane Bittencourt
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