Irmãos e
irmãs em Cristo, paz!
Retomando o nosso estudo sobre Misericordiae
vultus, na qual Papa Francisco exprime toda a ideia em volta do Ano Santo da
Misericórdia, trazemos a penúltima parte desta Bula:
Papa Francisco fala da relação entre
justiça e misericórdia, sendo elas duas dimensões de uma única realidade que
atinge seu ponto máximo na plenitude do amor. A justiça é um conceito
fundamental na sociedade civil, para que se mantenha uma ordem, através das
leis, onde a cada um deve ser dado o que lhe é devido. Nas Escrituras, Jesus
muitas vezes nos fala da importância da fé na observância da lei, ou seja, não
se deve dividir as pessoas em justos e pecadores, mas Jesus procura mostrar o
grande dom da misericórdia que busca oferecer o perdão e a salvação aos
pecadores. O apóstolo Paulo é um grande exemplo do que Jesus apresentou, pois
sua conversão a Cristo levou-o a inverter a sua visão. Paulo passa a colocar em
primeiro lugar a fé, e já não a lei. Não é a observância da lei que salva, mas
a fé em Jesus Cristo, que, pela sua morte e ressurreição, traz a salvação com a
misericórdia que justifica. A justiça de Deus é o seu perdão. Importante
destacar que a misericórdia não contraria a justiça, mas exprime o
posicionamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova chance de se
arrepender, converter e acreditar.
O Jubileu inclui também a indulgência,
já que o perdão de Deus não conhece limites. Através de Jesus Cristo, Deus
torna evidente este seu amor que chega ao ponto de destruir o pecado dos
homens. Mas todos nós fazemos experiência do pecado. Somos chamados à
perfeição, mas sentimos fortemente o peso do pecado. Apesar do perdão,
carregamos nas nossas vidas as contradições que são consequências dos nossos
pecados. A misericórdia de Deus torna-se indulgência do Pai que, através da
Igreja, alcança o pecador perdoado e o liberta dos resíduos das consequências
do pecado, possibilitando que o pecador cresça no amor e na caridade. Devemos
nos recordar também que a Igreja vive a comunhão dos Santos, homens como nós,
mas cuja santidade vem em ajuda da nossa fragilidade, e assim, a Mãe-Igreja, com a sua
oração e a sua vida, é capaz de acudir à fraqueza de uns com a santidade de
outros. A
indulgência é experimentar a santidade da Igreja que participa da redenção de
Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o
amor de Deus.
Vivamos
intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência
misericordiosa em toda a sua extensão.
Tatiane Bittencourt
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