Caríssimos,
neste capítulo, Papa Francisco traz de início um importante questionamento:
quem se ocupa de oferecer aos filhos diversão, entretenimento; que conteúdo
entra em casa através da televisão, do computador, dos celulares? Sempre faz
falta a vigilância; o abandono nunca é sadio. A obsessão, porém, não é
educativa, querer controlar o filho o tempo todo não é saudável. O que
interessa é gerar no filho, com muito amor, processos de amadurecimento da sua
liberdade, de preparação, de crescimento integral, de cultivo da autêntica
autonomia. A educação envolve a tarefa de promover liberdades responsáveis,
para que, nas encruzilhadas, os filhos saibam optar com sensatez e
inteligência, que considerem a liberdade como um dom imenso.
Os pais devem, com carinho e
testemunho, gerar confiança nos filhos, inspirar-lhes um respeito amoroso. Além
disso, devem formar os filhos para que eles possam chegar a descobrir por eles
mesmos a importância de determinados valores, princípios e normas, em vez de os
impor como verdades indiscutíveis. O fortalecimento da vontade e a repetição de
determinadas ações, como dizer por favor, com licença, obrigado, constroem a
conduta moral.
É indispensável sensibilizar a
criança e o adolescente para se darem conta de que as más ações têm
consequências. É preciso despertar a capacidade de colocar-se no lugar do outro
e sentir pesar pelo sofrimento originado pelo mal feito. A correção é um
estímulo quando, ao mesmo tempo, se apreciam e reconhecem os esforços e quando
o filho descobre que os seus pais conservam viva uma paciente confiança. Uma
criança corrigida com amor sente que foi levada em consideração, percebe que é
alguém, dá-se conta que seus pais reconhecem as suas potencialidades. Deve-se
encontrar um equilíbrio entre a disciplina e o estímulo para o filho ir mais
além.
A família é a primeira escola dos
valores humanos, na qual se aprende o bom uso da liberdade; é onde se aprende a
relacionar-se com o outro, a escutar, partilhar, suportar, respeitar, ajudar,
conviver. Na época atual, em que reina a ansiedade e a pressa tecnológica, uma
tarefa muito importante das famílias é educar para a capacidade de esperar.
No ambiente familiar, é possível
também repensar os hábitos de consumo, cuidando juntos da casa comum, do meio
ambiente. Um outro ponto é que as tecnologias podem ser úteis para pôr em
contato os membros da família, que vivem longe, porém sem substituir a
necessidade do diálogo pessoal que o contato físico traz.
Um outro ponto que este capítulo
traz é sobre a educação sexual. Em um tempo em que se tende a banalizar e
empobrecer a sexualidade, só se poderia entender no contexto de uma educação para
o amor, para a doação mútua; a valorização da diferença e a aceitação do corpo.
A educação dos filhos deve estar
marcada por um percurso de transmissão da fé, que se vê dificultado pelo estilo
de vida atual, pelo horário de trabalho e pela complexidade do mundo. A família
dever continuar a ser lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da
fé, a rezar e a servir o próximo. A fé e dom de Deus, recebido no batismo, e
não o resultado de uma ação humana; mas os pais são instrumentos de Deus para a
sua maturação e desenvolvimento. A transmissão da fé pressupõe que os pais
vivam a experiência real de confiar em Deus, de procura-lo, de precisar d’Ele,
porque só assim “uma geração conta à outra as tuas obras [de Deus] e anunciam
as suas maravilhas” (Sl 145/144,4).
Tatiane Bittencourt
Comipa PNSA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá. Seja bem vindo (a)!!! Deixe seu comentário. Será bem legal.
Obrigada. Volte sempre!!!!!