Neste domingo, os sábios em leis
e fariseus – legalistas, arrogantes e representantes do sistema opressor –
apresentam uma mulher surpreendida em adultério. Segundo a lei, ela deveria ser
apedrejada. Perguntam a Jesus o que ele pensa disso. O Mestre não responde e
propõe uma alternativa: quem não tiver pecado pode apedrejá-la. Ninguém atirou
pedra nenhuma. Moral da história: a mulher não era a única pecadora!
Ultimamente as pedras estão
voando de todos os lados contra mulheres (ainda), contra pessoas, contra grupos
diversos. Os moralistas de plantão – os empedernidos e arrogantes de hoje –
continuam com as pedras nas mãos, prontos para massacrar os outros diante de
qualquer deslize. Muitos atiram pedras na tentativa de encobrir as próprias
falhas e interesses. Enquanto continuarmos condenando esta ou aquela pessoa,
este ou aquele grupo, e não olharmos dentro de nós com sinceridade, a violência,
o sofrimento e a intolerância não vão ter fim. Há muitos que carregam pedras
nas mãos por serem claramente contra a ascensão dos pobres e não conseguirem
conviver com eles.
É momento de fazer um exame de consciência
sério e resgatar a proposta de são Francisco: aonde há ódio, que eu leve o
amor; aonde há ofensa, que eu leve o perdão; aonde há discórdia, que eu leve a
união; aonde há dúvidas, que eu leve a fé.
Jesus não veio para julgar e
condenar, mas para resgatar os desorientados. Ele provoca as pessoas a tomar
partido: a favor dele (escolha da vida) ou contra ele (autodestruição). Ele toma
o partido da mulher discriminada pelos legalistas: “Eu não te condeno”, diz à
mulher, mais vitima que culpada. Os sábios e fariseus não condenam o homem
adúltero, mas somente a mulher. O Mestre não contemporiza com a hipocrisia da
sociedade.
Jesus desmascara aqueles que se
julgavam fiéis à lei e revela que são cheios de pecado e não tão puros como
pensavam. A mulher, considerada culpada e cuja morte a lei autorizava, é
absolvida, tendo assim sua dignidade resgatada. De que lado estamos: dos pobres
e discriminados ou dos bem-instalados e arrogantes?
Pe Nilo Luza, ssp
TEXTO EXTRAÍDO DO FOLHETO “O DOMINGO” DE 13/03/2016
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