sábado, 12 de março de 2016

QUEM ATIRA A PRIMEIRA PEDRA?

Neste domingo, os sábios em leis e fariseus – legalistas, arrogantes e representantes do sistema opressor – apresentam uma mulher surpreendida em adultério. Segundo a lei, ela deveria ser apedrejada. Perguntam a Jesus o que ele pensa disso. O Mestre não responde e propõe uma alternativa: quem não tiver pecado pode apedrejá-la. Ninguém atirou pedra nenhuma. Moral da história: a mulher não era a única pecadora!

Ultimamente as pedras estão voando de todos os lados contra mulheres (ainda), contra pessoas, contra grupos diversos. Os moralistas de plantão – os empedernidos e arrogantes de hoje – continuam com as pedras nas mãos, prontos para massacrar os outros diante de qualquer deslize. Muitos atiram pedras na tentativa de encobrir as próprias falhas e interesses. Enquanto continuarmos condenando esta ou aquela pessoa, este ou aquele grupo, e não olharmos dentro de nós com sinceridade, a violência, o sofrimento e a intolerância não vão ter fim. Há muitos que carregam pedras nas mãos por serem claramente contra a ascensão dos pobres e não conseguirem conviver com eles.

É momento de fazer um exame de consciência sério e resgatar a proposta de são Francisco: aonde há ódio, que eu leve o amor; aonde há ofensa, que eu leve o perdão; aonde há discórdia, que eu leve a união; aonde há dúvidas, que eu leve a fé.

Jesus não veio para julgar e condenar, mas para resgatar os desorientados. Ele provoca as pessoas a tomar partido: a favor dele (escolha da vida) ou contra ele (autodestruição). Ele toma o partido da mulher discriminada pelos legalistas: “Eu não te condeno”, diz à mulher, mais vitima que culpada. Os sábios e fariseus não condenam o homem adúltero, mas somente a mulher. O Mestre não contemporiza com a hipocrisia da sociedade.

Jesus desmascara aqueles que se julgavam fiéis à lei e revela que são cheios de pecado e não tão puros como pensavam. A mulher, considerada culpada e cuja morte a lei autorizava, é absolvida, tendo assim sua dignidade resgatada. De que lado estamos: dos pobres e discriminados ou dos bem-instalados e arrogantes?
Pe Nilo Luza, ssp
TEXTO EXTRAÍDO DO FOLHETO “O DOMINGO” DE 13/03/2016

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